
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, demonstrou confiança no sucesso da exploração na Margem Equatorial brasileira e destacou que, após a concessão da licença para o poço Morpho, a empresa estará mais perto de obter permissões para explorar outras áreas na região. A execução bem-sucedida da Avaliação Pré-Operacional (APO) do poço, que é o último passo antes da licença ambiental, pode abrir caminho para o avanço dos projetos.

A Medida Provisória 1.308/25, sancionada recentemente, deve acelerar o processo de licenciamento ambiental. A MP flexibiliza as exigências e cria a Licença Ambiental Especial (LAE) para projetos considerados estratégicos, visando otimizar o tempo necessário para a obtenção das licenças e acelerar o desenvolvimento de iniciativas importantes, como a exploração de petróleo na Margem Equatorial.
Sylvia Anjos vê a medida como um facilitador, e o senador Randolfe Rodrigues (Sustentabilidade-AP) reforçou a expectativa de que o licenciamento da região será simplificado. "Sem nenhuma violência ambiental, a MP garante que obras estratégicas possam ser autorizadas", disse o senador, apontando que a medida pode mudar significativamente a economia da região, com uma possível transformação para os amapaenses.
Além dos seis blocos previamente conquistados pela Petrobras, a estatal adquiriu 10 novos blocos durante o último leilão da ANP, realizado em junho. A expectativa é que a Margem Equatorial brasileira siga os passos da Guiana, que teve sucesso em sua exploração, e ajude a repor as reservas de petróleo da Petrobras, especialmente após o declínio na produção do pré-sal.
Apoio fundamental da sonda ODN II
A Petrobras está acelerando o processo de exploração, com a previsão de que a sonda ODN II, arrendada até outubro, desempenhe um papel crucial. A sonda custará R$ 4,6 milhões por dia e será essencial para garantir que o contrato seja cumprido dentro do prazo estipulado. O poço Morpho, a 170 km da costa do Amapá, será um dos primeiros a passar pela simulação da APO, que testará a resposta da empresa a possíveis vazamentos, o que é um componente fundamental antes da emissão da licença de operação.
Investimentos de longo prazo e expansão
A Petrobras prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões para os próximos cinco anos, com foco em pesquisa e exploração da Margem Equatorial. A primeira fase incluirá a perfuração de 16 poços exploratórios. A expectativa é de que os investimentos aumentem significativamente após as descobertas, podendo atingir dois dígitos em termos de crescimento para o próximo ciclo de negócios da companhia, entre 2026 e 2030.
O sucesso na exploração da Margem Equatorial é crucial para a Petrobras, tanto para o aumento de suas reservas de petróleo quanto para a consolidação do Brasil como um dos principais players no setor de energia.
