A varejista Petlove formalizou nesta segunda-feira (8) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o interesse em adquirir lojas e ativos que venham a ser desinvestidos caso a fusão entre Petz e Cobasi seja aprovada com restrições. O julgamento da operação está marcado para quarta-feira (10), e cresce a expectativa de que o negócio só avance mediante imposição de remédios – mecanismos para evitar concentração excessiva e garantir a concorrência em determinadas localidades.
Terceira maior empresa do setor pet no Brasil, a Petlove atuava até agora como opositora da fusão e havia solicitado a reprovação do processo. Mesmo reiterando sua posição contrária, a empresa mudou de estratégia e se colocou à disposição para assumir os pontos de venda que precisarem ser repassados.
“Embora siga convicta de que a operação deverá ser reprovada, entende como natural a tentativa de as requerentes buscarem viabilizar a fusão por meio de um conjunto de remédios, de modo a propor um desinvestimento capaz de afastar as preocupações concorrenciais”, informou a companhia em petição encaminhada ao órgão antitruste.
Fusão sob análise - A união entre Petz e Cobasi está sob avaliação do Cade desde meados de 2024. Em junho, a Superintendência-Geral do órgão aprovou o negócio sem restrições. No entanto, um recurso levou a análise ao Tribunal Administrativo, instância que poderá impor exigências para mitigar os efeitos da concentração.
Um dos remédios possíveis é a exigência de venda de ativos em áreas onde a concentração de mercado for considerada elevada. A Petlove tenta se antecipar a esse cenário e reforça que tem estrutura para assumir operações. “Trata-se da única empresa que, embora em grau incomparavelmente menor que as requerentes, possui atuação nacional relevante por meio do mercado online, reconhecimento de marca e estratégia omnicanal”, argumentou.
Perfil da Petlove - A empresa destacou que tem faturamento quase cinco vezes maior do que concorrentes como Petcamp, Petland e American Pet, o que a tornaria mais apta a absorver ativos e manter a competitividade no setor.
Pelas regras do Cade, eventuais compradores dos ativos desinvestidos devem ser aprovados pelo órgão e atender a critérios de independência, viabilidade e efetividade de operação. Se a fusão for aprovada com condicionantes, caberá às empresas envolvidas identificar e apresentar os compradores dos ativos a serem repassados.
A decisão do tribunal será decisiva para o futuro da consolidação no varejo pet, um setor que movimenta bilhões por ano e cresce em ritmo acelerado no Brasil.
