
A qualidade das estradas brasileiras apresentou uma evolução significativa em 2025, conforme revelam os dados da 30ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada nesta quarta-feira (17). O levantamento, que avaliou 114 mil quilômetros de malha pavimentada, mostra que o índice de rodovias classificadas como "ótimas" ou "boas" saltou de 33% para 37,9% em um ano. No sentido oposto, os trechos considerados "ruins" ou "péssimos" tiveram uma queda expressiva, recuando de 26,6% para 19,1%.
O diferencial desta edição, além dos números positivos, foi o uso de inteligência artificial e ferramentas digitais durante a coleta de dados, realizada entre junho e julho de 2025. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), essa tecnologia permitiu uma precisão inédita na análise de pavimentação, sinalização e geometria das vias (curvas, acostamentos e pontes).
O peso das concessões e o custo do diesel - A melhora do asfalto brasileiro está diretamente ligada ao avanço das concessões à iniciativa privada. O estudo aponta que, nas rodovias geridas por empresas, os trechos em péssimas condições despencaram 61,6%. Já nas rodovias mantidas pelo poder público, embora tenha havido melhora, a queda na precariedade foi menor: 23,3%.
Apesar do avanço, o "custo Brasil" ainda sente o peso dos buracos e da falta de sinalização. De acordo com a pesquisa:
- Frete mais caro: A má conservação das vias eleva os custos operacionais do transporte em 31,2%, em média.
- Prejuízo no tanque: A CNT estima um desperdício anual de R$ 7,2 bilhões em consumo extra de óleo diesel devido ao pavimento irregular. Isso equivale a 1,2 bilhão de litros de combustível jogados fora.
- Insegurança: O custo econômico dos acidentes em rodovias federais desde 2016 já soma quase R$ 150 bilhões.
Investimento como estratégia - Para o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, os resultados de 2025 comprovam que o aumento no ritmo de investimentos gera retornos concretos para a economia. No entanto, a entidade alerta que, para manter essa trajetória de melhora, é fundamental garantir o planejamento de longo prazo e a adoção de pavimentos mais duráveis, especialmente nas rodovias públicas, onde 64,4% da malha ainda apresenta algum tipo de deficiência.

