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ECONOMIA

Paul Krugman critica tarifas de Trump ao Brasil e destaca a necessidade de diálogo

Economista aponta ilegalidade nas ações comerciais dos EUA e questiona a estratégia de Trump em relação ao Brasil

1 agosto 2025 - 20h45Aline Bronzati, correspondente
Trump está, sem querer, dando ao mundo uma lição sobre os limites do poder dos EUA, diz Krugman
Trump está, sem querer, dando ao mundo uma lição sobre os limites do poder dos EUA, diz Krugman - (Foto: Jacquelyn Martin/AP)

O economista e vencedor do prêmio Nobel de 2008, Paul Krugman, voltou a criticar a política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente as tarifas impostas ao Brasil. Em uma análise publicada nesta sexta-feira (1º), Krugman afirmou que a isenção do suco de laranja brasileiro das tarifas é um sinal de que os EUA precisam do país. O economista também questionou a legalidade das tarifas e o impacto das medidas de Trump sobre a política interna do Brasil.

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Krugman considera a taxação de Trump sobre o Brasil como um "flagrante" abuso de poder, buscando influenciar a política interna do país. Para o economista, a imposição de tarifas, especialmente as de 50% sobre produtos brasileiros, é uma tentativa ilegal de interferir nas questões internas de outra nação. Ele também criticou o fato de as tarifas estarem sendo usadas para pressionar o Brasil a se alinhar com os interesses de Trump, especialmente em relação ao julgamento de Jair Bolsonaro e as disputas políticas no país.

O Nobel de Economia também observou que a taxação ao Brasil é uma clara demonstração da diferença entre o poder que Trump acredita ter e a realidade econômica dos EUA. A isenção do suco de laranja, produto vital para os Estados Unidos, foi vista como uma admissão implícita de que os consumidores americanos pagam pelas tarifas, e não os exportadores estrangeiros.

Em sua análise, Krugman também questionou a ausência do café na lista de produtos isentos e levantou a hipótese de que os EUA podem estar exagerando no uso das tarifas para intimidar o Brasil, que possui uma economia diversificada e parcerias comerciais importantes com outros países.

Além disso, o economista notou que as ameaças de Trump estão tendo o efeito contrário no Brasil, já que a popularidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem aumentado devido à pressão externa. Krugman concluiu que, ao tentar usar tarifas para intimidar o Brasil, Trump está inadvertidamente ensinando ao mundo os limites do poder dos EUA, dado que o Brasil vende a maior parte de suas exportações para países que não são os Estados Unidos.

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