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ORÇAMENTO PÚBLICO

Quase 60% do dinheiro do Estado vai para pagar quem faz Mato Grosso do Sul funcionar

Relatório do Tesouro mostra que maioria do orçamento estadual é usada para pagar salários de servidores públicos, mantendo as contas em ordem

24 agosto 2025 - 16h47Ricardo Eugenio
Quase 60% do orçamento de MS é usado para pagar salários. Mesmo assim, contas públicas seguem equilibradas, segundo dados do Tesouro.
Quase 60% do orçamento de MS é usado para pagar salários. Mesmo assim, contas públicas seguem equilibradas, segundo dados do Tesouro. - (Foto: Divulgação)
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Quem trabalha no serviço público de Mato Grosso do Sul — e quem depende dele — ganhou mais um motivo para prestar atenção nos números da economia do Estado. Um novo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional no fim de junho mostrou que 59% de toda a receita líquida do governo estadual foi usada para pagar salários de servidores. Isso significa que, de cada R$ 100 que o Estado arrecada, R$ 59 vão para a folha de pagamento.

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Mesmo com esse gasto alto, o Estado ainda está dentro do limite legal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 60%. O relatório também mostra que o governo conseguiu manter um equilíbrio: apesar de um pequeno déficit no bimestre (entre maio e junho), os números do ano continuam positivos.

No 3º bimestre de 2025, o Estado gastou R$ 180 milhões a mais do que arrecadou em impostos e outras fontes, o que corresponde a 2% da chamada Receita Corrente Líquida. Mas, no acumulado do primeiro semestre, Mato Grosso do Sul tem saldo positivo de R$ 630 milhões. Isso significa que, no total, ainda tem mais dinheiro entrando do que saindo.

Resultado Primário dos Estados Brasileiros — 2025

UF Resultado Primário Total % Resultado / RCL Ano
AC R$ 1,15 bi 20% 2025
AL R$ 0,38 bi 4% 2025
AM R$ 1,76 bi 12% 2025
AP R$ 1,01 bi 21% 2025
BA R$ 1,52 bi 5% 2025
CE R$ 0,86 bi 4% 2025
DF R$ 0,59 bi 3% 2025
ES R$ 0,21 bi 2% 2025
GO - R$ 0,96 bi -4% 2025
MA R$ 2,10 bi 14% 2025
MG R$ 5,97 bi 11% 2025
MS - R$ 0,18 bi -2% 2025
MT R$ 2,52 bi 14% 2025
PA R$ 0,85 bi 4% 2025
PB R$ 0,32 bi 3% 2025
PE R$ 2,44 bi 11% 2025
PI - R$ 0,32 bi -4% 2025
PR R$ 5,44 bi 15% 2025
RJ R$ 8,16 bi 16% 2025
RN R$ 0,77 bi 8% 2025
RO R$ 0,63 bi 8% 2025
RR R$ 0,60 bi 14% 2025
RS R$ 1,90 bi 6% 2025
SC R$ 2,48 bi 10% 2025
SE R$ 1,27 bi 15% 2025
SP R$ 12,75 bi 10% 2025
TO R$ 0,56 bi 7% 2025
Total R$ 54,80 bi 2025

E para onde vai o dinheiro do governo? Segundo o relatório, além da folha de pagamento, os principais destinos do dinheiro público são áreas essenciais: 17% para Educação, 17% para Saúde, 20% para Previdência e 11% para Segurança Pública. Do total de despesas, 10% foram para investimentos em obras e serviços, e 3% para pagar dívidas.

Outro número importante é o da chamada poupança corrente — o que sobra depois que o governo paga suas contas básicas. Esse índice chegou a 13% da receita líquida, o que mostra que o Estado tem conseguido guardar uma parte do dinheiro arrecadado, sem depender totalmente de empréstimos ou repasses de fora para fazer investimentos.

Segundo os dados enviados ao Tesouro Nacional por meio do Siconfi (o sistema oficial de finanças públicas do Brasil), Mato Grosso do Sul está entre os três únicos Estados com déficit neste período, ao lado de Goiás e Piauí. Mesmo assim, mantém uma posição estável em relação à dívida consolidada e liquidou 81% dos chamados “restos a pagar” — contas que ficaram do ano anterior.

A previsão oficial do governo estadual é encerrar 2025 com superavit de R$ 366 milhões. Já para o ano seguinte, que será eleitoral, a projeção é de déficit de R$ 207 milhões.

No meio dessa dança de números, um fato se destaca: quem move a máquina pública é quem mais recebe recursos. O dado dos 59% mostra que os servidores são o principal destino do orçamento. Para especialistas e sindicatos, isso reforça tanto a importância quanto a responsabilidade do Estado em manter essa engrenagem funcionando com eficiência e equilíbrio.

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