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BRASIL E ÍNDIA

Brasil e Índia adotam visto eletrônico para negócios e preveem expansão comercial

Medida anunciada por Alckmin durante viagem oficial busca facilitar o intercâmbio empresarial entre os dois países

16 outubro 2025 - 08h25Redação
Na Índia, Alckmin anuncia visto eletrônico e ampliação do comércio entre os dois países estadao
Na Índia, Alckmin anuncia visto eletrônico e ampliação do comércio entre os dois países estadao - (Foto: Agência Brasil)

Durante visita oficial à Índia nesta quinta-feira (16), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou a implementação de vistos eletrônicos entre os dois países, válidos para profissionais das áreas de negócios e consultoria. A medida deve facilitar o trânsito empresarial bilateral e acelerar negociações comerciais em curso.

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No breve pronunciamento feito em Nova Deli, Alckmin destacou que o comércio entre Brasil e Índia vem ganhando força nos últimos anos. Em 2023, o intercâmbio entre os países alcançou US$ 12 bilhões. A projeção do governo brasileiro é que esse número chegue a US$ 15 bilhões ainda em 2024 e possa alcançar a marca de US$ 20 bilhões em breve.

Um dos focos da agenda de Alckmin foi o avanço nas negociações do acordo de preferências tarifárias entre o Mercosul e a Índia, que atualmente contempla apenas um número restrito de linhas tarifárias. A proposta em discussão é expandir significativamente esse leque, criando um ambiente mais competitivo para produtos brasileiros.

“Vale destacar o entendimento Mercosul-Índia para ampliarmos o nosso comércio. Hoje nós temos um acordo de preferência tarifária, mas que cobre um número pequeno de linhas tarifárias. Podemos aprofundar e ampliar essas linhas para ter preferência nas vendas”, afirmou Alckmin.

O vice-presidente também sublinhou a importância de não haver disputa direta com os produtos indianos, e sim uma complementaridade entre as produções. “Queremos a complementaridade, não queremos disputa. Não vamos disputar com produtos indianos, mas complementar a nossa produção, seja na área industrial, tecnologia, saúde, energia ou na área agrícola. Tem muitas oportunidades”, completou.

Alckmin ressaltou o crescimento dos investimentos entre os dois países, além de parcerias já consolidadas nas áreas de defesa e vacinas. Ele citou a assinatura recente de um contrato entre a Petrobras e a Índia para fornecimento de mais 6 milhões de barris de petróleo.

Outro ponto de destaque da visita é a inauguração do novo escritório da Embraer em Nova Deli, prevista para esta sexta-feira (17), o que reforça a presença da indústria brasileira na Ásia.

Ao ser questionado sobre as críticas do ex-presidente norte-americano Donald Trump ao grupo dos Brics, Alckmin evitou polemizar e reiterou a postura do Brasil em ampliar seus mercados por meio de acordos regionais. Ele lembrou que o país já firmou parcerias com Singapura e com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), e que a conclusão do acordo com a União Europeia deve ocorrer até o fim de 2024.

“O Brasil quer ampliar o mercado. Nós já fizemos Mercosul-Cingapura, assinamos este ano Mercosul-Efta. Vamos assinar até o fim do ano Mercosul-União Europeia. E estamos otimistas em ampliar as preferências comerciais Mercosul-Índia. Não é um livre comércio, mas uma ampliação de compras e de preferências”, afirmou o vice-presidente.

A visita oficial de Alckmin à Índia marca uma nova fase no relacionamento entre os dois países, com expectativa de avanços concretos ainda neste ano. A digitalização do processo de visto deve ser o primeiro passo de uma estratégia mais ampla para remover barreiras burocráticas e estimular a integração comercial e tecnológica entre Brasil e Índia.

A ampliação do acordo entre Mercosul e Índia também será acompanhada de perto pelo setor empresarial brasileiro, que vê no mercado indiano uma importante alternativa de exportação, especialmente para segmentos como agronegócio, energia, tecnologia e saúde.

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