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TAXAÇÃO

Municípios de MS estão na lista dos afetados por tarifa de 50% dos EUA sobre exportações

Campo Grande, Naviraí e Nova Andradina estão entre os principais exportadores atingidos pela nova taxação americana, que afeta diretamente a carne, máquinas e pescados

6 agosto 2025 - 09h20Carlos Guilherme
Ficaram de fora dessa taxa suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.
Ficaram de fora dessa taxa suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos. - (Foto: Bruno Rezende)

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos, em vigor a partir desta quarta-feira (6), traz impactos diretos para diversos municípios de Mato Grosso do Sul, com destaque para Campo Grande, Naviraí, Nova Andradina e Bataguassu - todos com participação significativa na exportação de carnes e maquinários, dois dos segmentos mais afetados pelo tarifaço decretado pelo presidente Donald Trump.

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Ao todo, 15 cidades sul-mato-grossenses estão na lista de municípios que sofrerão perdas com a nova alíquota, segundo levantamento com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Campo Grande lidera o grupo, com US$ 120,06 milhões em exportações impactadas, seguida por Nova Andradina (US$ 37,90 milhões), Naviraí (US$ 31,59 milhões), Bataguassu (US$ 26,15 milhões) e Anastácio (US$ 23,90 milhões).

Esses municípios possuem forte presença de frigoríficos e indústrias que exportam principalmente carne bovina, suína e de aves - todos itens agora sujeitos à sobretaxa total de 50% imposta pelos Estados Unidos.

Exportações de MS perdem competitividade - Além da carne, outros produtos que compõem a pauta exportadora do Estado, como café, máquinas, pescados e componentes industriais, também foram atingidos. Com isso, empresas locais passam a enfrentar desvantagens competitivas no mercado americano, podendo perder contratos e ter dificuldades para manter produção e empregos.

O aumento da tarifa atinge produtos que forem embarcados a partir desta quarta, com exceção de 694 itens específicos que permanecerão sujeitos à taxa anterior de 10%. Entre os que ficaram de fora da nova tarifa estão suco de laranja, petróleo, celulose e aeronaves da Embraer - que, de maneira geral, beneficiam estados do Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais. Confira os valores exportados para os EUA pelos municípios de Mato Grosso do Sul e que agora estão sujeitos ao tarifaço:

Campo Grande – US$ 120,06 milhões

Nova Andradina – US$ 37,90 milhões

Naviraí – US$ 31,59 milhões

Bataguassu – US$ 26,15 milhões

Anastácio – US$ 23,90 milhões

Rio Brilhante – US$ 6,82 milhões

Cassilândia – US$ 4,44 milhões

Paraíso das Águas – US$ 4,11 milhões

Angélica – US$ 2,59 milhões

Ivinhema – US$ 1,39 milhões

Três Lagoas – US$ 0,19 milhões

Rochedo – US$ 0,17 milhões

Dourados – US$ 0,50 milhões

Iguatemi – US$ 0,12 milhões

Itaquiraí – US$ 0,01 milhão

Paranhos – US$ 0,02 milhão

Segundo o próprio Trump, o aumento da tarifa ao Brasil tem motivação política, relacionada à situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o governo americano, o Brasil estaria perseguindo Bolsonaro - o que teria levado Trump a usar as tarifas como forma de retaliação. A decisão contrasta com os dados da balança comercial, que desde 2009 são favoráveis aos Estados Unidos no comércio com o Brasil.

Diferente de outras nações afetadas com alíquotas menores, como Japão e União Europeia, o Brasil foi o único a receber uma tarifa tão elevada. A lista com todos os produtos tarifados pode ser acessada aqui.

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