A conta é simples e o Tesouro Nacional confirmou: Mato Grosso do Sul tem uma das melhores poupanças públicas do país. Segundo dados oficiais do governo federal, divulgados neste segundo semestre de 2025, o estado registrou uma poupança corrente de 13% da Receita Corrente Líquida no acumulado até junho deste ano. Na prática, isso significa que o governo sul-mato-grossense conseguiu guardar parte daquilo que arrecadou — e com isso, tem mais liberdade para investir por conta própria, sem recorrer a empréstimos ou depender de repasses da União.
O indicador, chamado de poupança corrente, revela quanto sobra após o pagamento das despesas do dia a dia — como salários de servidores, contas de água, luz e compra de material básico. Quando o saldo é positivo, como no caso de MS, é sinal de saúde fiscal. O número coloca o estado entre os melhores do Brasil no ranking de autonomia financeira.
De acordo com o Tesouro, a média nacional é bem inferior. Vários estados, inclusive, estão com a poupança no vermelho, ou seja, gastando mais do que arrecadam com despesas correntes. Mato Grosso do Sul, ao contrário, consegue manter as contas equilibradas, mesmo com altos gastos em áreas como Saúde, Educação, Previdência e Segurança Pública.
Investimentos com recursos próprios - Com mais dinheiro em caixa, o estado tem liberdade para realizar investimentos estratégicos com seus próprios recursos. A poupança corrente acumulada até o 3º bimestre de 2025 chegou a R$ 1,17 bilhão, o que representa 13% da arrecadação líquida. Em comparação com outros estados, o número é expressivo e foi destacado pelo Tesouro como um dos melhores desempenhos fiscais do país.
O relatório mostra ainda que a maior parte da receita do estado vem da arrecadação própria (75%) e apenas 25% de transferências federais. Isso reforça o nível de independência do Mato Grosso do Sul em relação à União.
Salários em dia e foco em áreas essenciais - O equilíbrio nas contas permitiu ao governo estadual manter os salários do funcionalismo em dia e investir em áreas prioritárias. Até o momento, 59% da receita foi destinada ao pagamento de servidores, dentro do limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Os outros recursos foram usados em custeio (26%), investimentos (10%) e pagamento de dívidas (3%).
Em relação à distribuição das despesas, os dados apontam que o estado investiu 17% do orçamento em Educação, 17% em Saúde, 20% em Previdência e 11% em Segurança Pública — áreas que, juntas, absorvem quase dois terços de todo o orçamento executado até junho.
Expectativa positiva até o fim do ano - Apesar de um pequeno déficit registrado no terceiro bimestre de 2025 (R$ 180 milhões), o desempenho geral do ano ainda é positivo. No acumulado até junho, Mato Grosso do Sul tem um superávit de R$ 630 milhões e a expectativa é fechar o ano com superávit de R$ 366 milhões, conforme projeção da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.
Mesmo com o cenário nacional desafiador, que vem pressionando as contas de vários estados, Mato Grosso do Sul conseguiu manter a estabilidade fiscal. O reconhecimento do Tesouro Nacional, órgão responsável por monitorar a execução orçamentária dos estados, é uma prova disso.
O relatório pode ser consultado no site oficial do Tesouro e reúne dados fornecidos por todos os estados através do Siconfi, sistema público de informações contábeis do setor público brasileiro.
