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ECONOMIA

Montadoras apoiam decisão do governo sobre alíquota de importação de carros elétricos e híbridos

Setor automotivo apoia limitação de importações e a implementação de cotas para veículos desmontados, visando fortalecer a produção local

31 julho 2025 - 15h35
Montadoras brasileiras apoiam decisão do governo de limitar a importação de carros elétricos, com foco na produção local e na competitividade do mercado nacional.
Montadoras brasileiras apoiam decisão do governo de limitar a importação de carros elétricos, com foco na produção local e na competitividade do mercado nacional. - José Cruz/Agência Brasil

As montadoras de carros no Brasil manifestaram apoio à decisão do governo de reduzir o prazo para estabelecer uma alíquota de 35% sobre a importação de veículos elétricos ou híbridos desmontados (CKD e SKD) e criar cotas com isenção de impostos para esses produtos. A medida foi anunciada na quarta-feira, 30, e reflete, em parte, as demandas das montadoras locais e dos importadores que estão em processo de instalação de fábricas no país, como a chinesa BYD.

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A decisão afeta diretamente a competição no mercado brasileiro, que se intensificou com a entrada da BYD, líder no segmento de carros elétricos, contra montadoras tradicionais como Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis. Essas empresas, que já operam no Brasil, vinham pressionando o governo para limitar as importações de veículos elétricos ou híbridos.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) havia solicitado que o prazo para a transição até a elevação das alíquotas fosse antecipado de julho de 2028 para julho de 2026. Embora o governo tenha atendido parcialmente esse pedido, ao antecipar a elevação da alíquota para janeiro de 2027, as montadoras consideraram a medida positiva. Igor Calvet, presidente da Anfavea, agradeceu aos ministérios envolvidos na decisão, destacando que a mudança "é o máximo aceitável sem colocar em risco os investimentos atuais e futuros da cadeia automotiva nacional."

Em sua fala, Calvet reforçou a expectativa de que a discussão sobre a política tarifária estivesse encerrada, com um foco em promover um ambiente mais competitivo para os novos participantes do mercado sem prejudicar a indústria nacional.

Além das mudanças na alíquota, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Externo (Camex) decidiu aplicar cotas de importação com alíquota zero para veículos desmontados e semidesmontados, com um valor máximo de US$ 463 milhões por seis meses. Essa medida visa compensar, em parte, a decisão do governo de não atender o pedido da BYD de reduzir a alíquota enquanto sua fábrica em Camaçari (BA) ainda está sendo construída.

A fabricante chinesa, em nota, criticou as montadoras estabelecidas, acusando-as de pressionar o governo para manter um mercado fechado para novos concorrentes. A empresa argumentou que sua presença no mercado brasileiro não apenas ofereceria preços mais acessíveis, mas também aumentaria a competição saudável, beneficiando os consumidores.

Em contrapartida, as montadoras tradicionais, como Toyota e Volkswagen, destacaram que o movimento da BYD poderia representar uma concorrência desleal, colocando em risco os investimentos e empregos no setor automotivo. Para elas, a entrada de novos players deve ser feita de maneira justa, sem prejuízos para os fabricantes brasileiros.

O governo brasileiro, ao estabelecer essas novas regras, espera estimular a instalação de fábricas no país, como as recentes aquisições da GWM (chinesa) e BYD. A medida visa acelerar a produção de veículos elétricos no Brasil e garantir que o país se torne um polo regional de produção de carros sustentáveis.

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