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ECONOMIA E COMERCIO INTERNACIONAL

Simone Tebet detalha estratégias para enfrentar tarifas americanas e proteger economia brasileira

Governo brasileiro aposta em medidas de contingência e nega retaliação tarifária para proteger setores afetados pelas taxações dos EUA

30 julho 2025 - 13h25Anna Scabello e Gustavo Nicoletta
Simone Tebet fala sobre medidas contra as tarifas dos EUA
Simone Tebet fala sobre medidas contra as tarifas dos EUA - (Foto: Jarbas Oliveira)

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, comentou nesta quarta-feira, 30, sobre as ações do governo brasileiro para lidar com a imposição de tarifas pelo governo dos Estados Unidos. Ela revelou que há uma tentativa conjunta do Executivo, Legislativo e setor privado para manter um diálogo construtivo com os EUA. No entanto, a ministra destacou que o processo de negociação é mais complicado devido à mistura da questão econômica com questões políticas e ideológicas, o que tem tornado o diálogo mais difícil.

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"Isso torna ainda mais complexo o processo de negociação, porque está exigindo que o governo brasileiro explique que o que está sendo vendido para os secretários americanos e para o próprio presidente Donald Trump não é verdade. Estão vendendo uma mentira em relação ao Brasil", afirmou Tebet.

Não haverá retaliação tarifária

A ministra reforçou que, apesar das dificuldades, o governo brasileiro não pretende adotar medidas de retaliação tarifária. A ideia, segundo ela, é focar em proteger os setores da economia brasileira impactados pelas novas taxas de 50% impostas pelos EUA. Tebet afirmou que serão adotadas medidas de contingência, mas sem prejudicar a estratégia fiscal do país.

"Nós teremos medidas de contingência que, neste momento, não passam por uma retaliação tarifária. Temos consciência de que precisamos proteger a economia brasileira", destacou a ministra.

Parcerias comerciais e o impacto no fiscal

Tebet também ressaltou a importância de manter parcerias comerciais, tanto com os Estados Unidos quanto com os países do Brics, especialmente com a Ásia, já que cerca de 50% das exportações brasileiras são destinadas à região. Ela garantiu que o governo buscará apoio de bancos públicos, como o BNDES e o Banco do Brasil, para ajudar os setores afetados, mas enfatizou que esses recursos não impactarão negativamente as metas fiscais do país.

"Vejo o fiscal mais como um suporte a essas medidas de contingência, com toda a responsabilidade, porque temos metas para cumprir, mas a determinação do presidente é de não deixar ninguém para trás", afirmou.

Cautela e proteção econômica

A ministra Simone Tebet deixou claro que, embora a situação das tarifas americanas represente um desafio, o governo brasileiro está comprometido em proteger a economia nacional sem recorrer a retaliações que possam agravar o cenário econômico. A postura adotada é de cautela, com foco no apoio aos setores produtivos mais afetados, e uma estratégia de diálogo constante com os Estados Unidos e outras potências comerciais.

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