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O presidente da Argentina, Javier Milei, entrou em mais uma polêmica ao declarar apoio ao projeto "Viva La Libertad Project", iniciativa que prometia financiar pequenas empresas argentinas por meio da criptomoeda $LIBRA. A menção ao ativo digital feita por Milei fez com que seu valor disparasse em poucas horas, saindo de centavos para US$ 5, antes de desabar repentinamente, deixando investidores no prejuízo e levantando suspeitas de manipulação de mercado.
O detalhe que chamou atenção foi que 80% da moeda estava concentrada nas mãos de poucos investidores, que aproveitaram a valorização para vender seus ativos e embolsar lucros altos, enquanto o restante do mercado ficou com as perdas. Especialistas classificaram o episódio como um "rug pull" — termo usado para golpes em que os criadores de um ativo inflacionam artificialmente seu valor antes de venderem tudo e desaparecerem com o dinheiro.
Diante das críticas e do impacto negativo, Milei apagou o post em que apoiava o projeto e afirmou que "não sabia dos detalhes" da criptomoeda.
Consequências políticas e pedido de impeachment - A oposição argentina reagiu com força ao caso. O legislador Leandro Santoro, membro da coalizão opositora, afirmou que o episódio envergonha a Argentina "em escala internacional" e propôs a abertura de um processo de impeachment contra Milei.
Além disso, parlamentares discutem a criação de uma comissão especial para investigar se houve uso de informação privilegiada, o que poderia configurar crime financeiro.
Não é a primeira vez que Milei se envolve com criptomoedas suspeitas. Em 2021, quando ainda era deputado, ele promoveu a CoinX, uma plataforma que prometia lucros milagrosos e que acabou sendo alvo de ações judiciais.
Políticos e criptomoedas: um casamento controverso - A relação entre líderes políticos e criptomoedas tem sido marcada por controvérsias. No início deste ano, o ex-presidente dos EUA Donald Trump lançou sua própria memecoin, a $TRUMP, que valorizou 442% logo após o anúncio. Atualmente, 80% do ativo ainda está sob controle da organização do ex-presidente, o que levanta questões sobre transparência e governança no setor.
A situação de Milei, no entanto, é mais delicada. Diferente de Trump, que criou um ativo próprio, o presidente argentino apoiou um projeto externo sem esclarecer detalhes, o que levantou suspeitas sobre seu envolvimento e responsabilidade no episódio.
A polêmica em torno do $LIBRA acontece em um momento em que a Argentina busca estabilizar sua economia e atrair investimentos. Se o caso resultar em investigações mais profundas, Milei pode enfrentar desafios não apenas no mercado financeiro, mas também em sua já conturbada relação com o Congresso.
