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Mesmo com aumento de juros, setor imobiliário em Campo Grande projeta crescimento para 2025

Plaenge e HVM Incorporadora adaptam estratégias para fortalecer vendas e ampliam oferta de empreendimentos para 2025

1 novembro 2024 - 14h10Carlos Guilherme
Esq. Entrega da Plaenge, as torres Cabernet e Toscana, no Jardim Bela Vista, em julho de 2024 / Dir. Projeto autoral e original 'Dom' com assinatura da Norden Arquitetura traz o conceito de modernidade sustentável
Esq. Entrega da Plaenge, as torres Cabernet e Toscana, no Jardim Bela Vista, em julho de 2024 / Dir. Projeto autoral e original 'Dom' com assinatura da Norden Arquitetura traz o conceito de modernidade sustentável - (Foto: Divulgação)

O setor imobiliário brasileiro vem atravessando uma nova fase de ajustes, impulsionada pelo aumento dos juros básicos (Selic) promovido pelo Banco Central e pela consequente alta nas taxas de crédito imobiliário.

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Campo Grande está no epicentro das mudanças que acompanham a adaptação das construtoras e instituições financeiras para manter o mercado aquecido, mesmo com as recentes mudanças de financiamento e a escassez de recursos da caderneta de poupança.

Desde o início do mês, bancos como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander aumentaram suas taxas de juros para financiamento imobiliário. O Itaú, por exemplo, elevou sua taxa média anual de 10,49% para 10,79%, enquanto o Banco de Brasília (BRB) e outros anunciaram novos reajustes, refletindo o cenário econômico brasileiro. Em um movimento alinhado, a Caixa Econômica Federal, maior financiadora imobiliária do País, responsável por cerca de 70% do mercado, decidiu manter suas taxas inalteradas, mas passou a exigir uma entrada maior dos compradores.

Diretor da Plaenge em Campo Grande, Edison Holzmann - (Foto: Divulgação)

Segundo o diretor da Plaenge em Campo Grande, Edison Holzmann, o impacto do aumento dos juros tem sido mais restrito aos clientes que optam pela Caixa Econômica Federal, que aumentou as exigências iniciais de recursos próprios dos clientes.

A Plaenge, no entanto, direciona seus clientes para outros agentes financeiros, em que taxas de juros sofreram aumento mínimo, de menos de 0,3% ao ano. “Além disso, ao contrário da Caixa, esses agentes não reduziram o percentual de financiamento do imóvel, o que evita qualquer alteração relevante tanto para o nosso negócio quanto para o cliente”, detalha.

Holzamnn complementa que no segmento em que a Plaenge atua, as condições de financiamento praticamente não sofreram alterações. “Os bancos têm grande interesse na qualidade da carteira de clientes a ponto de competirem entre si para atendê-los”, informa.

O movimento de aumento e diminuição dos juros é um ciclo natural, sempre influenciado pelo cenário econômico. A cada mudança, surgem tanto desafios quanto novas oportunidades. O diretor da Plaenge explica que os financiamentos para empreendimentos imobiliários têm se beneficiado de uma diversidade crescente de ofertas e fontes de funding dos fundos imobiliários.

“Esses fundos, que já ocupam uma parcela significativa do

SCENARIUM está com previsão de conclusão para o primeiro semestre do ano que vem - (Foto: Divulgação)

mercado, têm competido com êxito com os bancos tradicionais e, em muitos casos, participam dos projetos desde a aquisição do terreno. Esse avanço tem levado alguns agentes financeiros a reconsiderarem e expandirem seus escopos de atuação”, diz.

O crédito imobiliário tem se mostrado mais aquecido que o esperado até aqui, resultado de crescimento das vendas de imóveis nos últimos anos no País. Nos primeiros oito meses de 2024, o financiamento imobiliário totalizou R$ 118,5 bilhões, crescimento de 17,6% em relação a igual período de 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Os dados consideram apenas as linhas do Sistema Brasileira de Poupança e Empréstimo (SBPE), destinadas a financiar imóveis de médio a alto padrão, geralmente até um limite de R$ 1,5 milhão. Não entram aí taxas de financiamento para Minha Casa Minha Vida (MCMV), nem, necessariamente, imóveis de luxo.

A Plaenge permanece atenta ao volume de demanda e pronta para ajustar seu planejamento sempre que necessário. “Ao contrário do que ocorre em alguns setores, observamos que as vendas de nossos produtos estão em um patamar ainda mais elevado em comparação ao ano passado. Além disso, nossos clientes dependem menos de financiamentos para a quitação de seus apartamentos. Por isso, até o momento, não há previsão de mudanças em nossa direção estratégica”, revela.

Para 2025, a Plaenge mantém uma perspectiva otimista, impulsionada pelo agronegócio e outros investimentos que fortalecem a economia do MS.

“Embora o cenário brasileiro enfrente desafios macroeconômicos que impactam o mercado imobiliário, a economia de MS se destaca de forma bastante favorável. O Estado tem recebido um volume significativo de investimentos que impulsionará a demanda no setor imobiliário. Com o agronegócio superando sua fase mais desafiadora, estamos otimistas em relação ao potencial de Campo Grande e de MS, tanto para 2025 quanto para os anos subsequentes”, diz.

SCENARIUM da Plaenge está em construção e previsão de conclusão é em maio de 2025 - (Foto: Divulgação)

Alternativas e formas para o mercado se manter aquecido - Na HVM Incorporadora, o foco se volta para ajustar o fluxo de caixa e oferecer opções de financiamento menos dependentes dos altos juros, como explica o diretor comercial da empresa, Gustavo Espíndola.

Ele detalha que com um cenário econômico instável e a constante elevação da taxa de juros pelo Banco Central, é natural que os bancos acompanhem essa movimentação e repassem esse custo para os clientes.

“Hoje a HVM tem que se adaptar ao mercado através de políticas alinhadas entre as diretorias para fazer com que a velocidade de venda não seja prejudicada. Com isso nós desenvolvemos planos de pagamentos com entrada mais flexível e aumentando o prazo de poupança”, detalha.

O Anthology da HVM foi projetado para enriquecer sua vida, tanto pelo seu alto padrão e sofisticação - (Foto: Divulgação)

Espíndola complementa que a economia é feita de ciclos e o mercado imobiliário também. “O que percebemos hoje é que o imóvel acaba se tornando uma

O diretor comercial da HVM Incorporadora, Gustavo Espíndola - (Foto: Divulgação)

reserva de valor para o cliente, ou seja, ele sabe que o imóvel, mesmo em um cenário adverso não perde valor e, dependendo do produto, tem valorização mesmo em cenários de desaceleração econômica. Aproveitando essa característica, a HVM está desenvolvendo produtos que cada vez mais encaixam nesse perfil”, diz.

O perfil dos compradores em Campo Grande também vem mudando, de acordo com as novas demandas econômicas e sociais. Há uma procura crescente por unidades de menor valor absoluto, especialmente para investimentos e moradia econômica.

“Hoje temos compradores cada vez mais preocupados com potencial de valorização do empreendimento e localização. Temos realizado pesquisas e essa tendência vem se consolidando com o passar dos anos. Atualmente sentimos uma procura por unidades com valor absoluto menor, pois o fluxo de pagamento auxilia na aquisição dando um fôlego tanto para moradia quanto para investidores”, informa.

Anthology é um projeto da HVM - (Foto: Divulgação)

Sobre a revisão dos cronogramas de entregas dos projetos, o diretor da HVM não encara como uma ‘crise de crédito’ e sim uma parte do ciclo econômico em ação.

“As construtoras tem que se adaptar ao cronograma de entrega dos empreendimentos por conta da mão de obra que está cada vez mais escassa, cara e com baixa qualificação. Isso tem feito com que o planejamento estratégico das empresas levem em consideração um prazo mais longo de entrega e um freio na expansão para outras cidades. Não vemos uma interrupção na expansão em Campo Grande, pelo contrário, estamos com terrenos fechados para lançamento já em 2025 e áreas para lançar até 2028 no mínimo”, pontua.

Para o próximo ano, a HVM projeta uma expansão significativa, com lançamentos que atingirão um Valor Geral de Vendas (VGV) superior ao inicialmente planejado. “Vemos Campo Grande como a bola da vez do mercado imobiliário com várias construtoras de fora da cidade chegando, lançando e vendendo bem”, declara Espíndola, reforçando a importância da capital sul-mato-grossense no cenário nacional.

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