
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, celebrou neste domingo (26) o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia. Em publicação no X (antigo Twitter), ela classificou a reunião como "mais um gol" do governo brasileiro, fazendo uma analogia com o futebol.
“Mais um gol, fruto do lançamento preciso da diplomacia brasileira e do cabeceio certeiro do Lula, no ângulo da negociação. Início de conversa que vai significar a nossa vitória no placar do crescimento, da geração de empregos e do controle da inflação”, escreveu a ministra.
A reunião entre os dois presidentes teve como foco a abertura de negociações para reverter o tarifaço de 50% imposto pelos EUA às exportações brasileiras. O primeiro encontro técnico entre os dois países já está agendado para esta segunda-feira (27), às 8h no horário da Malásia (21h de domingo em Brasília).
Declarações do governo e reações políticas - Além de Tebet, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o ministro do Desenvolvimento e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, também elogiaram o encontro. Ambos destacaram o papel do diálogo diplomático e reforçaram o apoio do Legislativo e do Executivo à negociação com os Estados Unidos.
“Foi mais um passo para Brasil e EUA estreitarem ainda mais seus laços de amizade”, disse Alckmin. Já Hugo Motta afirmou que “quando líderes escolhem conversar, a História agradece”.
Aliados de Bolsonaro reagem à fala de Trump - Apesar do tom positivo por parte do governo, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizaram as redes sociais para criticar o encontro. Durante a conversa com Lula, Trump mencionou Bolsonaro de forma elogiosa, dizendo que “sempre gostou dele” e que o brasileiro “passou por muita coisa”.
Deputados como Eduardo Bolsonaro, Hélio Lopes, Evair de Melo e Bibo Nunes interpretaram a fala como um possível incômodo para Lula e atacaram o governo. Alguns chegaram a afirmar, sem base na realidade, que Trump teria chamado Bolsonaro de "grande homem" na frente do presidente brasileiro — algo que não foi dito.
Diplomacia segue com foco no comércio
O governo brasileiro aposta que a retomada do diálogo com os Estados Unidos pode levar à suspensão do tarifaço, o que beneficiaria diretamente as exportações de produtos agrícolas, industriais e de commodities. O encontro foi realizado nos arredores da Cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean), e deve marcar o início de uma nova fase nas relações bilaterais.
