
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (28) que o Brasil vai reagir “à altura” se os Estados Unidos não cancelarem a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A nova taxa começa a valer no dia 1º de agosto.

Apesar de dizer que quer negociar, Lula não deve ligar para o presidente dos EUA, Donald Trump. Pessoas próximas ao governo afirmam que o Brasil espera um sinal de Washington para iniciar a conversa.
Em maio, o Itamaraty enviou carta ao Departamento de Comércio dos EUA com propostas para evitar a elevação dos impostos. Até agora, não houve resposta.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro da Indústria e Comércio, tem tentado contato com autoridades americanas. “Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele”, afirmou Lula na última sexta-feira (25).
Motivo da tarifa - Em 9 de julho, Trump enviou carta a Lula dizendo que a medida foi tomada por considerar “injusto” o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por entender que as barreiras comerciais brasileiras prejudicam empresas americanas.
Trump disse que a tarifa poderia ser ainda maior se o Brasil resolver aumentar taxas como retaliação.
Além do Brasil, países da União Europeia, Japão, Indonésia e México também serão afetados pelas novas tarifas.
Próximos passos - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York para uma reunião da ONU. Ao mesmo tempo, uma missão de senadores brasileiros participa de encontros em Washington para tentar adiar o início da tarifa.
A sobretaxa pode trazer prejuízos para exportações brasileiras de alimentos e produtos industriais.
