
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou nesta terça-feira (16) que os resultados recentes da economia brasileira são consequência direta de escolhas que fogem das fórmulas liberais tradicionais. A declaração foi feita durante discurso em um evento promovido pelo banco público, em Brasília.
Segundo Vieira, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adota uma estratégia que leva em conta as desigualdades estruturais do País, o que, na avaliação dele, diferencia o Brasil de economias já consolidadas. Ele citou como exemplo a chamada Escola Austríaca de economia, corrente liberal originada na Europa, e questionou sua aplicação em um contexto social marcado por fortes disparidades.
“O Brasil é um país de desigualdades. Como adotar automaticamente um entendimento que vem da Áustria como premissa para um país com essa realidade?”, afirmou. Para o presidente da Caixa, a leitura dos indicadores macroeconômicos reforça que o caminho escolhido pelo governo tem produzido resultados.
Durante o discurso, Vieira relatou ainda uma conversa com o próprio Lula, na qual disse ao presidente que ele seria merecedor de um Prêmio Nobel de Economia por desafiar prescrições tradicionais do pensamento econômico. A fala foi usada para reforçar a defesa das políticas adotadas pela atual gestão.
De acordo com o dirigente do banco estatal, foi esse conjunto de medidas que permitiu ao Brasil registrar crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 3% por dois anos consecutivos, além de alcançar, segundo ele, os menores índices históricos de desemprego e inflação.
As declarações ocorrem em um momento em que a política econômica do governo segue no centro do debate nacional, dividindo avaliações entre defensores de maior intervenção do Estado e críticos de abordagens que se afastam do receituário liberal clássico.


