
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira (15) que há divergências internas no governo em relação aos pedidos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a nomeação de adidos no exterior. Segundo Lula, o Ministério das Relações Exteriores tem apresentado resistências às solicitações, mas ele declarou concordar com a posição do Mapa, ao defender que a presença de especialistas fora do país é estratégica para ampliar o acesso do Brasil a novos mercados internacionais.
Ao tratar do tema, o presidente destacou que a política externa precisa atuar de forma integrada com outras áreas técnicas do governo para fortalecer as exportações brasileiras. Para Lula, a atuação conjunta de diplomatas e especialistas é fundamental para garantir competitividade aos produtos nacionais.
“Muitas vezes têm discordâncias do Itamaraty. É importante que tenha os especialistas do Itamaraty, que tenha os especialistas da Embrapa e que tenha outros especialistas para que a gente possa estar em todo lugar vendendo os produtos que a gente produz”, afirmou o presidente.
Lula também avaliou que o governo federal trabalha para reverter um período de isolamento internacional vivido pelo Brasil na última década. Segundo ele, houve um enfraquecimento das relações diplomáticas e comerciais que afastou investidores e reduziu o protagonismo do país no cenário global.
“O Brasil estava vivendo um certo ostracismo nos últimos dez anos. Ninguém tinha vontade de vir ao Brasil e ninguém do Brasil tinha vontade de viajar”, disse o presidente durante o evento.
As declarações foram feitas durante a cerimônia de inauguração da sede própria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em Brasília. Na ocasião, Lula também comemorou a abertura de 500 novos mercados internacionais para produtos brasileiros entre os anos de 2023 e 2025, resultado que o governo atribui à retomada da diplomacia econômica e ao fortalecimento das relações comerciais.
Para o presidente, a ampliação da presença brasileira no exterior passa diretamente pela atuação técnica em áreas estratégicas, como o agronegócio, que depende de negociações sanitárias, acordos comerciais e interlocução permanente com outros países.

