
Em sua participação na inauguração da montadora chinesa GWM, especializada em carros elétricos e híbridos, em Iracemápolis (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância da China como maior parceiro comercial do Brasil e criticou as políticas do governo dos Estados Unidos.

Lula ressaltou que o Brasil não tem "contencioso no mundo" e destacou a necessidade de combater a criação de imagens falsas sobre o País, que, segundo ele, são difundidas por figuras como o ex-presidente Donald Trump. "Não posso admitir que um presidente de um país como os Estados Unidos crie inverdades sobre o Brasil", afirmou o presidente.
Durante o evento, que contou com o investimento de R$ 4 bilhões da GWM até 2026, Lula afirmou que a China é essencial para a economia brasileira e que o Brasil continuará lutando por um comércio mundial mais equilibrado. "O comércio do Brasil com a China é de US$ 160 bilhões, enquanto com os Estados Unidos, é de US$ 80 bilhões", comparou. Ele também defendeu o multilateralismo e a busca por um comércio justo, no qual as regras sejam iguais para todos os países, sem que os mais poderosos sufoquem os menores.
Lula também celebrou a chegada da GWM e lamentou a saída da Ford do Brasil em 2021, destacando a importância de parcerias internacionais para a recuperação da indústria automotiva. “Os chineses têm uma visão de que podem ocupar uma parte do mundo com suas vendas e produção, e vamos aproveitar isso”, afirmou.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, presente no evento, lembrou que o Brasil é a oitava maior indústria automotiva do mundo e que a chegada da GWM ao país irá gerar 700 empregos diretos, com previsão de alcançar 1.300 até o início de 2024, além de 10 mil indiretos. Alckmin também destacou o crescimento de 9,3% da indústria automotiva no Brasil em 2023, muito acima da média mundial.
O presidente da GWM, Mu Feng, reforçou a importância do Brasil como um ponto estratégico para a empresa, que já está presente em 170 países. Ele também garantiu que a empresa manterá seu compromisso com os direitos trabalhistas e a responsabilidade corporativa.
Lula aproveitou a ocasião para pedir que mais empresas chinesas invistam no Brasil, ajudando a impulsionar a economia e a criação de empregos. “O Brasil está de braços abertos para quem quiser investir”, concluiu o presidente.
