O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou como um "grande passo" o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado neste domingo (26). Para o ministro, o diálogo marca uma nova etapa na reconstrução da relação diplomática entre os dois países e pode abrir caminho para avanços comerciais importantes, especialmente para o agronegócio brasileiro.
"Esse é um grande passo na diplomacia brasileira e nas relações reestabelecidas entre os dois países. Bom para os brasileiros, bom para os americanos", escreveu Fávaro em suas redes sociais, ao comentar a reunião entre os dois chefes de Estado.
O encontro também serviu para que Lula reforçasse um pedido já antigo do governo brasileiro: o fim imediato das tarifas extras impostas pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. "Lula destacou que o diálogo é o melhor caminho e enfatizou a necessidade da suspensão imediata do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros", acrescentou o ministro.
Fávaro acompanha a missão presidencial nos Estados Unidos e tem atuado diretamente nas tratativas relacionadas ao agronegócio, um dos setores mais impactados pelas taxações norte-americanas. Com a tarifa de 50% aplicada por Washington, a exportação de diversos produtos brasileiros para o mercado dos EUA sofreu forte queda, afetando diretamente as vendas de café, carne bovina, pescados e frutas.
Segundo o Ministério da Agricultura, os embarques desses produtos recuaram significativamente nos últimos meses, afetando produtores e exportadores brasileiros que antes mantinham presença relevante no mercado norte-americano. A expectativa do governo federal é que, com o retorno do diálogo em alto nível, seja possível negociar uma flexibilização nas políticas tarifárias adotadas pelos EUA.
Para Fávaro, a retomada do diálogo é uma oportunidade para reequilibrar a relação comercial com os Estados Unidos, aproximar os dois mercados e fortalecer a posição do agronegócio brasileiro no cenário internacional. "Estamos trabalhando para abrir portas e garantir competitividade aos nossos produtores", reforçou.
O gesto diplomático entre Lula e Trump também é visto como um sinal positivo pela comunidade empresarial, que aguarda novos desdobramentos nas próximas semanas. Nos bastidores, há expectativa de que o Itamaraty e o Departamento de Estado americano avancem com conversas técnicas a partir do encontro presidencial.
O governo brasileiro aposta no alinhamento político e econômico para recuperar terreno em mercados estratégicos, especialmente após um período de distanciamento institucional entre Brasília e Washington. A reunião entre Lula e Trump é interpretada como um movimento de reaproximação pragmática, com foco na retomada de confiança e na cooperação bilateral.
A agenda da missão brasileira inclui ainda reuniões com lideranças empresariais e representantes do setor produtivo dos EUA. O agronegócio seguirá como tema prioritário nas conversas, com a intenção de reforçar o papel do Brasil como parceiro comercial confiável e sustentável.
