
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (28) que, embora o Brasil caminhe para um futuro sem combustíveis fósseis, ainda será necessário utilizá-los no processo de transição para uma matriz energética mais limpa. Segundo ele, os recursos gerados pelo petróleo devem ser direcionados ao desenvolvimento de fontes sustentáveis.

“A gente não vai abdicar do petróleo por causa da energia limpa. Eu acho que, no futuro, a gente não vai precisar de combustível fóssil. Mas, enquanto a gente tiver e a gente não ter a energia limpa, a gente vai ter que utilizar o dinheiro do combustível fóssil para construir a energia limpa, que é o que deseja todo ser humano no planeta Terra”, declarou o presidente.
A fala foi feita durante a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro. O empreendimento é parte do maior parque de geração a gás natural da América Latina, com capacidade instalada de 3 gigawatts (GW).
Transição com responsabilidade
Lula reforçou a ideia de que o Brasil não pode abrir mão de seus recursos fósseis de forma imediata, sem antes garantir uma estrutura capaz de sustentar uma economia baseada em fontes renováveis. Para ele, a transição energética deve ser feita com equilíbrio, utilizando os ganhos do setor de petróleo e gás para financiar tecnologias limpas e acessíveis.
A posição do governo reflete um modelo de transição “gradual e responsável”, que considera não apenas metas ambientais, mas também a segurança energética e a geração de empregos no setor.
A importância do gás natural na matriz energética
A Usina Termelétrica GNA II, onde Lula fez o pronunciamento, é um dos pilares do novo modelo de geração energética do país. O parque GNA (Gás Natural Açu) reúne dois grandes projetos — GNA I e GNA II — e representa um marco para o uso do gás natural como fonte estratégica de energia de base, sobretudo enquanto o país ainda depende parcialmente de combustíveis fósseis.
Com 3 GW de capacidade instalada, a planta tem potencial para abastecer até 14 milhões de residências. Além disso, o empreendimento movimenta a economia local e fortalece o papel do Porto do Açu como polo industrial e logístico no Sudeste.
