
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente a postura de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em relação às novas taxações impostas ao Brasil. Durante a abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília, Lula afirmou que Trump não tinha o direito de anunciar as taxações sem antes buscar um diálogo com o Brasil.

"O presidente norte-americano não tinha direito de anunciar taxações como fez ao Brasil", afirmou Lula, ressaltando que a medida não era apenas uma questão política, mas sim eleitoral. Ele sugeriu que Trump poderia ter procurado ele ou o vice-presidente Geraldo Alckmin para um diálogo, pois havia disposição para a conversa.
Lula aproveitou a ocasião para reforçar a importância do Brasil ser tratado com respeito no cenário internacional, afirmando que o País tem sido mal interpretado por outros governantes. "Tem gente que acha que a gente é vira-lata, tem gente que não gosta de se respeitar. E ninguém pode dizer que tem um governo que gosta mais de negociar do que nós", destacou. O presidente também mencionou sua longa trajetória política e a experiência de negociação com líderes internacionais, deixando claro que, sob sua liderança, o Brasil sempre prezou pelo respeito nas negociações.
Crítica ao corporativismo e à falta de nacionalismo entre empresários - Em seguida, o presidente fez uma crítica à falta de nacionalismo entre os empresários brasileiros, mencionando que o País tem mais "mercantilistas" do que "nacionalistas". Lula afirmou que isso tem dificultado a defesa dos interesses do Brasil no cenário internacional. "Defender o Brasil ficou muito mais complicado", lamentou, sublinhando que é fundamental que o Brasil adote uma postura mais alinhada com os princípios de nacionalismo econômico.
Lula encerrou sua fala reafirmando que o Brasil não pode depender de uma única nação para sua sobrevivência econômica e política. "Já estamos cansados de ser tratados como parte do Terceiro Mundo", afirmou. Para ele, o País deve ser reconhecido como uma potência no cenário global, com capacidade de negociar de igual para igual com as grandes potências.
