
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (28) que o "Lulinha paz e amor" estará disponível para conversar sobre o tarifaço dos EUA, mas criticou o comportamento de Donald Trump. Durante entrevista ao programa Balanço Geral MG, da Rede Record, Lula destacou que não há mais espaço para "imperadores" no mundo e reforçou que o Brasil está aberto ao diálogo, mas que os Estados Unidos precisam estar dispostos a negociar.

“Ninguém pode dizer que eu não quero negociar. O problema é que os americanos não querem negociar. Temos três ministros de alto nível prontos para conversar (Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira). Só que ninguém dos Estados Unidos quer conversar”, disse o presidente. “O presidente americano se acha dono do planeta, ele acha que pode afirmar o que ele quiser e os outros têm que obedecer”, acrescentou Lula.
"Lula não rasteja diante de ninguém"
Em um tom mais enfático, o presidente afirmou que "aprendeu a andar de cabeça erguida" e que "um homem digno não rasteja diante de outro". Ele também criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pelas declarações contra ele, e indicou que o comportamento de Trump reflete uma visão de superioridade que não condiz com as relações internacionais atuais.
“Se ele estudasse um pouco, se ele deixasse de querer ser um falso humilde e bater o pé na verdade, ele ia saber que nós temos outro mecanismo para vender nossos produtos”, afirmou Lula. O presidente também fez um comparativo entre as exportações brasileiras para os Estados Unidos e para a China, destacando que o comércio com os EUA diminuiu ao longo dos anos, enquanto a relação com a China tem sido muito mais vantajosa para o Brasil.
Comércio com a China supera os Estados Unidos
Lula ressaltou que o comércio brasileiro com a China é o dobro do realizado com os EUA, totalizando US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões. Além disso, enquanto o Brasil tem um superávit de mais de US$ 30 bilhões com a China, a relação com os EUA gera um déficit comercial, com cerca de US$ 410 milhões em perdas acumuladas nos últimos 15 anos.
“Desses 12% das exportações para os EUA, só 4% foram taxados, acima da média”, afirmou Lula, defendendo que o Brasil tem outras alternativas no mercado global, especialmente com a China.
