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Lula critica tarifa de Trump e diz que não vai se humilhar por diálogo com EUA

Presidente afirma que Brasil está aberto ao diálogo, mas cobra respeito à soberania e age para conter impactos econômicos

6 agosto 2025 - 15h55Geovani Bucci e Gabriel de Sousa
Lula rejeita ligar para Trump sobre tarifas e diz que o Brasil não se curvará a atitudes autoritárias dos EUA.
Lula rejeita ligar para Trump sobre tarifas e diz que o Brasil não se curvará a atitudes autoritárias dos EUA. - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (6), em entrevista à agência Reuters, que não vê motivos para procurar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante da imposição de tarifas sobre produtos brasileiros. Segundo ele, o tom das comunicações vindas da Casa Branca não demonstra abertura para negociação.

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Não tenho o porquê ligar para Trump porque, nas cartas que ele mandou, ele não fala em negociação. Um presidente não pode ficar se humilhando para outro”, declarou Lula.

O governo brasileiro considera a atitude norte-americana como "autoritária" e vê a medida como mais do que um desacordo comercial. Para Lula, trata-se de uma tentativa de imposição unilateral de regras a um país soberano.

Brasil evita retaliação, mas prepara reação econômica

Apesar da tensão diplomática, Lula descartou uma retaliação direta com taxações a produtos norte-americanos. Segundo ele, o Brasil poderia adotar medida semelhante, mas optou por manter uma postura distinta. “Não vou agir da mesma forma que ele”, afirmou.

Lula também destacou que a diplomacia brasileira está aberta ao diálogo, mas ainda não encontrou interlocução com os Estados Unidos.Na hora que eles quiserem conversar, vamos conversar. Acreditamos que países com 201 anos de relação diplomática civilizada não vão jogar isso fora por atitude destemperada, pontuou.

Apoio às empresas afetadas e articulação com empresários dos EUA

O presidente informou que o governo já trabalha para reduzir os danos causados às empresas nacionais afetadas pelas tarifas, com foco na manutenção dos empregos e na busca por novos mercados internacionais.

“Estamos trabalhando para saber como vamos lidar com empresas brasileiras que terão prejuízos. Temos que cuidar da manutenção de empregos e ajudar empresas a procurar novos mercados”, explicou Lula.

Além disso, o governo pretende atuar junto ao setor privado dos Estados Unidos. A estratégia envolve convencer empresários norte-americanos a pressionarem Trump contra o tarifaço, destacando os impactos negativos que as medidas podem ter também para as cadeias produtivas dos EUA.

Compromisso com a responsabilidade fiscal

Ao ser questionado sobre um possível plano de contingência, Lula disse que o governo fará o que estiver ao alcance da economia brasileira, mas que manterá responsabilidade fiscal em todas as ações.

A taxação norte-americana afeta diversos produtos brasileiros, com destaque para a carne bovina, principal item de exportação do Brasil aos EUA, além de sebo, carnes processadas, óleos de origem animal e filés de tilápia.

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