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18 de dezembro de 2025 - 17h20
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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Lula intensifica cobrança a Trump para derrubar "tarifaço" contra o Brasil

Presidente revela envio de mensagens quinzenais ao governo americano e não descarta adotar Lei da Reciprocidade em caso de impasse

18 dezembro 2025 - 14h55Gabriel de Sousa, Gabriel Hirabahasi, Victor Ohana e Mateus Maia
Lula afirma que envia mensagens pessoais a Trump a cada 15 dias para tentar reverter taxas sobre produtos brasileiros.
Lula afirma que envia mensagens pessoais a Trump a cada 15 dias para tentar reverter taxas sobre produtos brasileiros. - (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (18), que mantém uma pressão constante sobre o governo dos Estados Unidos para a retirada das sobretaxas aplicadas a produtos brasileiros. Em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula detalhou sua estratégia diplomática direta com Donald Trump, comparando o zelo pela economia nacional ao ditado popular: "quem engorda o porco é o olho do dono".

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O diferencial da postura presidencial é o equilíbrio entre o reconhecimento da soberania americana e a contestação dos argumentos técnicos usados para as taxas. Segundo Lula, embora os EUA tenham o direito de proteger sua indústria, os motivos alegados para o "tarifaço" contra o Brasil não seriam verdadeiros, ponto que, segundo ele, o próprio governo americano já começou a reconhecer.

Monitoramento quinzenal - Para garantir que o tema não esfrie na agenda de Washington, Lula revelou que adotou um cronograma rígido de cobranças:

  • Mensagens diretas: O presidente envia comunicações pessoais a Trump a cada 15 dias para cobrar avanços.
  • Comitê de Crise: Um grupo formado pelos ministros Mauro Vieira (Itamaraty), Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) atua na linha de frente das negociações técnicas.
  • Objetivo: Demonstrar que o interesse brasileiro é permanente e que o país não aceitará o esquecimento da pauta.

A "Lei da Reciprocidade" - Pela primeira vez de forma mais enfática, o presidente mencionou a possibilidade de o Brasil adotar medidas de retaliação comercial. Caso as negociações não avancem, o governo pode aplicar a Lei da Reciprocidade, taxando produtos americanos na mesma proporção em que os brasileiros são onerados.

"Se chegar o momento e a gente entende que não vai ter solução, nós poderemos colocar em prática a Reciprocidade, que eu não tenho interesse", ponderou Lula. O presidente reforçou que sua prioridade é manter uma relação "civilizada" e evitar uma guerra comercial que prejudique ambos os mercados, mas sinalizou que a paciência do governo tem limites estratégicos.

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