
Lula cobra explicações sobre atraso na proposta do Minha Casa, Minha Vida para a classe média

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta sexta-feira, 1º de agosto, explicações da Caixa Econômica Federal e do ministro das Cidades, Jader Filho, sobre o atraso na apresentação da proposta definitiva para a faixa classe média do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Em reunião realizada em junho, o governo havia definido um prazo de 30 dias para a conclusão do plano, mas o prazo não foi cumprido.
Durante a cerimônia de entrega de moradias, Lula enfatizou a importância do programa habitacional, que é uma das apostas do governo para as eleições de 2026. "A Caixa Econômica sabe que me deve uma explicação. O ministro das Cidades me deve uma explicação. Queremos apresentar o maior programa habitacional da história. Não só casa para os pobres, mas casa para a classe média", declarou o presidente, reforçando a necessidade de acelerar a execução da política habitacional.
Jader Filho e as dificuldades para a faixa classe média
Lula não poupou críticas à demora e destacou que o ministro Jader Filho terá um papel central na implementação do programa. "Jader vai ter que trabalhar mais e vai ser o ministro que mais fez casas no País", disse Lula, deixando claro que espera um esforço maior para que o projeto avance.
Jader Filho, por sua vez, explicou que o lançamento da faixa classe média do Minha Casa, Minha Vida depende de condições específicas, como a limitação da taxa de juros por parte do Banco Central. "Nós temos que buscar a classe média, que tem hoje dificuldade de alcançar financiamento devido à questão da taxa de juros estar muito elevada", afirmou o ministro, destacando que a falta de recursos para o financiamento tem dificultado o acesso à casa própria para essa faixa da população.
Reunião com o Banco Central e definição das condições para o lançamento
O ministro das Cidades ressaltou que um novo encontro com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, será fundamental para definir os detalhes da proposta. Segundo Jader, sem a limitação nos juros e a destinação de até 80% dos recursos para habitação, o lançamento do programa não será viável.
"Nós estamos aguardando agora o novo diálogo com o Banco Central, mas já deixamos claro a posição do governo, do Ministério das Cidades, que tem que ter um teto em relação aos juros e que 80% desses recursos sejam destinados somente e exclusivamente para a habitação. O Ministério da Cidade compreende que tem que ter essas duas condições para que a gente possa fazer esse lançamento. Fora disso, eu acredito que ou a gente lança desse jeito, ou a gente não deveria lançar esse programa", afirmou Jader Filho.
Meta de 2 milhões de moradias até o fim do ano
Apesar das dificuldades para a implementação da faixa classe média, Lula reafirmou a meta de contratar dois milhões de moradias até o final deste ano. A aceleração das contratações, segundo o presidente, é fundamental para garantir a entrega de unidades habitacionais dentro do prazo estabelecido, como parte do compromisso do governo com o desenvolvimento social e econômico do país.
O desafio do programa habitacional
O Minha Casa, Minha Vida continua sendo um dos maiores desafios e prioridades do governo de Lula, com foco na inclusão social e no combate à desigualdade habitacional. A inclusão de uma faixa voltada para a classe média visa ampliar o acesso à moradia, um dos pilares do desenvolvimento social do governo. A criação de condições favoráveis para o financiamento e a redução das taxas de juros são passos essenciais para a efetividade do programa.
