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30 de dezembro de 2025 - 17h14
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MERCADO DE TRABALHO

Luiz Marinho diz que resultado do Caged em 2025 será positivo e critica juros altos

Ministro aponta desaceleração do emprego ao longo do ano e defende debate sobre diretrizes do CMN

30 dezembro 2025 - 15h25Mateus Maia
Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante entrevista coletiva sobre os dados do Caged e o mercado de trabalho.
Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante entrevista coletiva sobre os dados do Caged e o mercado de trabalho. - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasi
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O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta terça-feira (30) que o resultado do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2025 será considerado positivo pelo governo, apesar da desaceleração no ritmo de geração de vagas ao longo do ano. A declaração foi feita durante entrevista coletiva no ministério, após a divulgação dos dados mais recentes do mercado formal.

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Segundo Marinho, a perda de fôlego na criação de empregos já vinha sendo observada desde maio e está diretamente ligada ao nível elevado da taxa de juros, que, na avaliação dele, tem impacto direto sobre a atividade econômica. Para o ministro, o aperto monetário acaba limitando investimentos e contratações, mesmo diante de um cenário ainda favorável no mercado de trabalho.

“Apesar, sim, de uma desaceleração, que eu venho chamando a atenção desde maio, durante o maio e todo o semestre, o papel aqui dos juros eu acho determinante para esse processo de desaceleração”, afirmou. Ele ponderou, no entanto, que o Banco Central enfrenta o desafio de controlar a inflação, o que torna a condução da política monetária uma tarefa complexa.

Durante a coletiva, Marinho também buscou ampliar o debate sobre a definição da taxa básica de juros. Ele destacou que as diretrizes não são responsabilidade exclusiva do Banco Central, mas do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que estabelece as bases da política econômica do país.

“O pessoal do Banco Central sabe os desafios que tem, determinados pelo Conselho Monetário Nacional. Sempre a gente fala do Banco Central, mas tem o Conselho Monetário que dá as diretrizes”, disse o ministro.

Nesse contexto, Marinho defendeu uma participação mais ampla de áreas ligadas à produção e ao emprego nas discussões do CMN. Ele afirmou que gostaria de integrar o conselho ao lado do ministro da Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para contribuir com a formulação das diretrizes.

“Eu adoraria sentar no Conselho Monetário Nacional, junto com o ministro da Indústria e Comércio, nosso vice-presidente Alckmin, para ajudar quem está lá sentado, para ver se as diretrizes estão sendo adequadas ou não”, completou.

Apesar das críticas aos juros e do reconhecimento da desaceleração, Marinho evitou antecipar números fechados sobre o desempenho do Caged em 2025 e 2026. Ainda assim, demonstrou otimismo em relação aos dois anos e afirmou que espera resultados positivos em ambos os períodos.

“O importante é um processo de continuidade. Nesse sentido, o resultado de 25 não é desprezível, é um resultado muito positivo”, disse. Sobre o próximo ano, o ministro também manteve um tom confiante. “Enxergo para 26 que será um ano positivo, com todas as controvérsias que pode ter. A gente não olha os debates eleitorais.”

As declarações ocorrem em um momento em que os dados do mercado de trabalho mostram geração de empregos, porém em ritmo menor do que o registrado em 2024, cenário que mantém o tema dos juros no centro das discussões econômicas do governo.

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