
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira, 10, que a interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio do Linhão Manaus–Boa Vista deve gerar uma economia anual de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos. A projeção é baseada na redução do uso de usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis, que atualmente dependem da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para garantir o abastecimento do Estado.

Segundo o ministro, o custo mensal da CCC cairá cerca de R$ 45 milhões com o desligamento progressivo dessas usinas. “Essa é uma conquista histórica para o país e para Roraima. É economia, segurança energética e preservação ambiental”, afirmou Silveira durante evento em Brasília, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Economia e sustentabilidade energética
A nova estrutura possui 725 km de extensão, ligando a Subestação Engenheiro Lechuga, no Amazonas, à Subestação Boa Vista, com um ponto de apoio em Rorainópolis. O projeto, que marca a “energização” de Roraima, encerra o isolamento do único Estado brasileiro que ainda não fazia parte do SIN.
Com a integração, será possível o escoamento de até 700 megawatts (MW) de energia gerada por futuras usinas hidrelétricas, permitindo a substituição gradual de fontes térmicas por fontes limpas e renováveis.
Além da economia, o Ministério de Minas e Energia estima que a mudança reduzirá a emissão de mais de 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO) por ano. “Estamos dando um passo sólido na direção da transição energética”, reforçou Silveira.
Integração energética com países vizinhos
Durante o mesmo evento, o ministro também comentou sobre o papel do Brasil na segurança energética regional. Silveira destacou que o país tem garantido o fornecimento de gás natural para a Argentina e afirmou que o governo busca ampliar a integração energética com países vizinhos, como Venezuela e Guiana.
“O Brasil não só garante sua segurança energética como contribui com estabilidade regional. Estamos fortalecendo laços com nossos vizinhos, promovendo desenvolvimento compartilhado”, disse.
O projeto do Linhão faz parte de uma estratégia mais ampla de infraestrutura energética liderada pelo governo federal, com foco em sustentabilidade, eficiência econômica e diplomacia energética.
Apoio político e técnico
O evento de lançamento da primeira fase da operação do Linhão contou com a presença de autoridades federais e estaduais, que celebraram a conclusão de uma obra aguardada por décadas. A integração de Roraima ao sistema nacional representa uma virada histórica para o Estado, que até então dependia de energia cara e poluente, gerada por termelétricas e, anteriormente, fornecida pela Venezuela.
Para Silveira, a entrega do projeto reforça o papel do Estado brasileiro na construção de um sistema energético mais justo, limpo e eficiente. “O Brasil precisa se orgulhar do seu modelo. Estamos provando que é possível gerar energia com responsabilidade social e ambiental”, concluiu.
