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22 de outubro de 2025 - 19h23
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ECONOMIA

Leilão do pré-sal garante R$ 452 milhões em investimentos e registra ágio histórico

Petrobras, Equinor e empresas da China e Austrália garantem blocos; dois campos não receberam propostas

22 outubro 2025 - 16h15
Leilão de pré-sal vende 5 dos 7 blocos ofertados; ágio chega a 251,63%
Leilão de pré-sal vende 5 dos 7 blocos ofertados; ágio chega a 251,63% - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Cinco dos sete blocos ofertados no leilão do pré-sal foram arrematados nesta quarta-feira (22), garantindo R$ 452 milhões em investimentos contratados e registrando um ágio de até 251,63% na oferta de óleo excedente, índice que representa o lucro destinado à União após a dedução dos custos operacionais.

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A disputa, referente ao 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), foi realizada na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro, e contemplou áreas localizadas nas Bacias de Campos e Santos — duas das mais estratégicas do litoral sudeste brasileiro.

Segundo a ANP, o leilão superou expectativas ao atrair propostas de oito das 15 empresas habilitadas, resultando na contratação de cinco vencedoras. A Petrobras e a norueguesa Equinor lideraram os arremates, com duas áreas cada. A sessão também marcou a entrada de duas novas operadoras no regime de partilha: a australiana Karoon e a chinesa Sinopec.

Altos ágios e grandes apostas - O modelo de partilha, adotado em áreas do pré-sal, define como critério principal a maior oferta de óleo excedente à União, e não o valor do bônus de assinatura, que é fixo. Neste leilão, o total arrecadado em bônus foi de R$ 103,7 milhões.

A maior surpresa foi o campo de Citrino, na Bacia de Campos, arrematado pela Petrobras com uma oferta de 31,19% de excedente à União — o que representa um ágio de 251,63% sobre o mínimo previsto. A estatal também ficará com 100% da operação.

Já no campo de Jaspe, também em Campos, a Petrobras atuará em consórcio com a Equinor, sendo operadora com 60% de participação. O excedente oferecido pelas duas empresas foi de 32,85%, com ágio de 96,47%.

A Equinor ainda arrematou sozinha o campo de Itaimbezinho, com um excedente de apenas 6,95%, o menor ágio do leilão: 4,2%.

Participações internacionais e novas estreias - Destaque também para a atuação de operadoras estrangeiras. A CNOOC Petroleum, da China, liderará a exploração do bloco Ametista, na Bacia de Santos, com 70% de participação, enquanto a também chinesa Sinopec ficará com 30%. O excedente à União será de 9%, com ágio de 40,41%.

A australiana Karoon, por sua vez, conquistou o bloco Esmeralda, também na Bacia de Santos, com um excedente de 14,1% — ágio de 33,78%.

Ambas as empresas operam pela primeira vez no regime de partilha brasileiro.

Blocos sem propostas e justificativas - Os blocos Larimar e Ônix, localizados na Bacia de Campos, não receberam ofertas e deverão ser reofertados futuramente. Segundo o diretor-geral da ANP, Artur Watt Neto, fatores como a oscilação do preço internacional do petróleo e o momento de retração da indústria podem ter influenciado a ausência de propostas.

“O setor de petróleo é cíclico, e estamos em um período de preços baixos. Há elementos internacionais que fogem ao nosso controle”, explicou Watt Neto.

Importância estratégica e perspectivas futuras - Apesar do número reduzido de áreas disputadas, a ANP comemorou os resultados. “Nosso foco são os investimentos, geração de empregos e o retorno futuro à sociedade, como arrecadação de royalties e óleo da União”, disse o diretor-geral.

A diretora da ANP, Symone Araújo, também destacou o caráter estratégico do leilão. “A entrada de novos players e a exploração de bordas importantes como Citrino e Ametista fortalecem o avanço das fronteiras exploratórias do país”, afirmou.

A assinatura dos contratos está prevista até 29 de maio de 2026.

Próximos passos do setor - A ANP já projeta o 4º Ciclo da OPP para 2026, com previsão de até 26 áreas no polígono do pré-sal. A agência defende que leilões ocorram anualmente, seja no modelo de partilha ou concessão, como forma de manter a atratividade e continuidade das atividades de exploração.

“É fundamental que a indústria tenha oportunidades constantes de novos blocos”, reforçou Watt Neto. “Se tivermos dois leilões por ano, como neste, melhor ainda.”

Em paralelo, a Petrobras obteve nesta semana autorização do Ibama para iniciar perfuração na bacia da Foz do Amazonas, região da Margem Equatorial, considerada uma nova fronteira exploratória do país.

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