Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
26 de dezembro de 2025 - 15h06
Sistema FIEMS - Boas Festas
ECONOMIA

Juros sobem para famílias e caem para empresas em novembro, aponta Banco Central

Alta foi puxada pelo crédito pessoal e cartão de crédito, enquanto linhas para empresas tiveram recuo no mês

26 dezembro 2025 - 13h15
Juros do cartão de crédito seguem entre os mais altos do mercado, segundo dados do Banco Central.
Juros do cartão de crédito seguem entre os mais altos do mercado, segundo dados do Banco Central. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

As taxas médias de juros cobradas pelos bancos aumentaram para as famílias e recuaram para as empresas em novembro, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC). O movimento reflete o impacto do atual ciclo de alta da taxa básica de juros da economia, a Selic, fixada em 15% ao ano.

Canal WhatsApp

No crédito livre destinado às pessoas físicas, os principais aumentos foram registrados no crédito pessoal não consignado, cuja taxa avançou 5,5 pontos percentuais (pp) no mês, alcançando 106,6% ao ano, e no cartão de crédito parcelado, que subiu 3,2 pp, chegando a 181,2% ao ano. Também houve elevação de 0,7 pp no cartão de crédito rotativo, que atingiu 440,5% ao ano, uma das taxas mais elevadas do mercado financeiro.

Mesmo com a limitação dos juros do rotativo, em vigor desde janeiro do ano passado, o Banco Central destaca que as taxas continuam variando. Em 12 meses, houve redução de 5,4 pp nessa modalidade para as famílias, já que a regra não interfere na taxa pactuada no momento da contratação do crédito, mas busca reduzir o endividamento ao limitar o tempo de permanência no rotativo.

O crédito rotativo é acionado quando o consumidor não paga o valor integral da fatura do cartão e quita apenas o mínimo. Após 30 dias, a dívida é automaticamente parcelada, passando para a modalidade de cartão parcelado. Nesse caso, apesar da alta registrada em novembro, a taxa acumulou queda de 2 pp em 12 meses. Já no crédito pessoal não consignado, o aumento dos juros no período de um ano soma 7,3 pp.

Considerando todas as operações de crédito livre para famílias, a taxa média subiu 0,9 pp em novembro e acumulou alta de 6,2 pp em 12 meses, chegando a 59,4% ao ano.

Para as empresas, o cenário foi diferente. As taxas médias nas novas contratações de crédito livre recuaram 0,6 pp no mês, embora ainda acumulem aumento de 2,8 pp em 12 meses, alcançando 24,5% ao ano. Entre os destaques de queda estão os juros do desconto de duplicatas e outros recebíveis, que caíram 0,7 pp e ficaram em 19,3% ao ano, além das operações de capital de giro com prazo superior a 365 dias, cuja taxa também recuou 0,7 pp, para 21,8% ao ano.

No crédito direcionado, que possui regras definidas pelo governo e é voltado principalmente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e microcrédito, as taxas permaneceram mais estáveis. Para pessoas físicas, o juro ficou em 10,9% ao ano em novembro, sem variação em relação a outubro e com alta de 1 pp em 12 meses. Para as empresas, houve queda de 2,1 pp no mês e de 0,7 pp em 12 meses, com a taxa chegando a 11,8% ao ano.

Ao considerar crédito livre e direcionado, para famílias e empresas, a taxa média geral de juros das concessões subiu 0,1 pp em novembro e 3,5 pp em 12 meses, atingindo 31,9% ao ano.

O Banco Central explica que a elevação dos juros bancários acompanha o aumento da Selic, principal instrumento usado para conter a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a alta de preços. A taxa básica está no maior patamar desde julho de 2006, quando chegou a 15,25% ao ano.

No mesmo período, o spread bancário, que mede a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados dos clientes, subiu 0,3 pp no mês e 2,5 pp em 12 meses. Essa margem cobre despesas operacionais, risco de inadimplência, impostos e o lucro das instituições financeiras.

Em novembro, as concessões de crédito somaram R$ 637,5 bilhões, com queda de 6,6%. Na série com ajuste sazonal, o recuo foi de 1,4%, puxado principalmente pelas operações com pessoas jurídicas. Em 12 meses, no entanto, as concessões cresceram 8,9%.

O estoque total de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 6,971 trilhões, alta de 0,9% em relação a outubro. Em 12 meses, o crescimento foi de 9,5%, indicando desaceleração frente ao ritmo observado até outubro.

O Banco Central informou ainda que a inadimplência, considerada como atrasos superiores a 90 dias, ficou em 3,8% em novembro, sendo 4,7% para pessoas físicas e 2,3% para empresas. O endividamento das famílias atingiu 49,3% da renda acumulada em 12 meses, enquanto o comprometimento da renda com dívidas chegou a 29,4%.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas