
As taxas de juros futuros abriram a semana em queda nesta segunda-feira (25), refletindo a revisão para baixo nas expectativas de inflação entre 2025 e 2027, conforme divulgado no mais recente Boletim Focus, do Banco Central. A reação do mercado financeiro acontece em um ambiente de dólar estável frente ao real e de atenção ao cenário político e internacional.

Segundo dados apurados às 9h05, o recuo ocorreu em toda a curva de contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI). O movimento, no entanto, é parcialmente contido pelo avanço nos rendimentos dos Treasuries, os títulos do governo dos Estados Unidos, que influenciam o comportamento global das taxas de juros.
Principais taxas em queda - No início da sessão, os contratos futuros de juros apresentavam as seguintes oscilações:
- DI para janeiro de 2027: caiu para 13,915%, ante 13,956% no ajuste anterior
- DI para janeiro de 2029: recuou para 13,220%, de 13,268%
- DI para janeiro de 2031: desceu a 13,580%, frente aos 13,625% registrados no último ajuste
Essa movimentação indica um alívio nas projeções de risco inflacionário de médio e longo prazo, o que influencia diretamente as decisões de investidores sobre ativos de renda fixa e políticas monetárias.
Fatores domésticos e externos - A melhora nas expectativas inflacionárias do Boletim Focus traz certo otimismo ao mercado, com impacto direto na precificação dos juros. O relatório é divulgado semanalmente pelo Banco Central com base nas projeções de instituições financeiras e agentes econômicos. A queda nas projeções de inflação sugere uma possível trajetória mais suave para a taxa Selic, principal instrumento de controle da inflação.
Ao mesmo tempo, o avanço dos rendimentos dos Treasuries norte-americanos — referência global para os mercados de dívida — impõe uma pressão de alta nas taxas de juros locais, limitando o movimento de queda observado na manhã de hoje.
Olhar atento ao cenário político - O mercado também monitora o cenário político nacional, especialmente após declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que admitiu a possibilidade de disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. A sinalização adiciona um componente de atenção à agenda política, embora não tenha provocado grandes impactos imediatos sobre os ativos financeiros.
