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08 de dezembro de 2025 - 17h14
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SAÚDE

Ações contra planos de saúde podem triplicar até 2035 e ultrapassar 1 milhão de processos por ano, a

Judicialização crescente ameaça sustentabilidade do setor de saúde suplementar e impõe custo bilionário. Entenda as causas e o que pode ser feito

8 dezembro 2025 - 16h10Wilian Miron
Ações contra planos de saúde podem triplicar até 2035, aponta estudo.
Ações contra planos de saúde podem triplicar até 2035, aponta estudo. - Foto: Reprodução

O número de ações judiciais contra planos de saúde pode chegar a impressionantes 1,2 milhão por ano até 2035, segundo projeção do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A estimativa representa uma alta de até 300% em relação aos níveis atuais — que já ultrapassam 300 mil novos processos por ano.

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De acordo com o estudo, a tendência de crescimento é impulsionada por diversos fatores, incluindo:

  • Lacunas na regulação e comunicação entre operadoras e beneficiários;
  • Incentivos econômicos da indústria farmacêutica e escritórios especializados;
  • Complexidade técnica e urgência dos casos, que impactam a tomada de decisão judicial.

Judicialização em alta - Entre 2020 e 2024, a judicialização na saúde suplementar cresceu 112%, gerando um impacto financeiro expressivo. Somente entre 2019 e 2023, os custos acumulados com decisões judiciais chegaram a R$ 17,1 bilhões.

As principais causas das ações incluem:

  • Fornecimento de medicamentos: 35%
  • Tratamentos médico-hospitalares: 30%
  • Reajustes contratuais: 20%

Riscos para a sustentabilidade - Para o IESS, o crescimento descontrolado das disputas judiciais representa um risco à sustentabilidade de todo o sistema. O instituto alerta que, sem mudanças estruturais, a pressão financeira e administrativa pode inviabilizar o modelo atual de saúde suplementar.

Caminhos possíveis para conter a crise - O estudo propõe uma série de medidas para reverter a escalada judicial:

  • Ampliação da mediação pré-processual obrigatória
  • Formação técnica de magistrados em saúde
  • Fortalecimento dos Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário (NATJUS)
  • Transparência nas decisões administrativas das operadoras, conforme exige a nova RN nº 623/2024
  • Regulação mais clara e baseada em evidências

O IESS destaca que ações coordenadas entre Judiciário, operadoras, reguladores e profissionais de saúde são urgentes para evitar um colapso no setor. O objetivo é garantir equilíbrio entre o direito do paciente e a viabilidade dos planos.

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