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21 de dezembro de 2025 - 19h25
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ECONOMIA

Ministro José Múcio é indicado para conselho da Tupy por acionista estatal

BNDESpar também aponta secretário-executivo da Secom para o conselho fiscal da companhia

21 dezembro 2025 - 17h15Gabriel Baldocchi
Tupy recebeu indicação do ministro da Defesa para o conselho em meio a mudanças na governança e estratégia.
Tupy recebeu indicação do ministro da Defesa para o conselho em meio a mudanças na governança e estratégia. - Foto: Tupy

Indicação do governo federal voltou a mexer na governança da Tupy. A multinacional catarinense, líder na produção de componentes para motores destinados à indústria automotiva, recebeu do BNDESpar — maior acionista da empresa — o nome do ministro da Defesa, José Múcio, para ocupar uma cadeira no conselho de administração do grupo.

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Múcio deve substituir Márcio Bernardo Spata, funcionário de carreira do BNDES, que renunciou ao posto de conselheiro. Além disso, o braço de participações do banco de fomento indicou Tiago Cesar dos Santos, secretário-executivo da Secretaria de Comunicação Social, para integrar o conselho fiscal da companhia.

A BNDESpar detém 30,7% do capital da Tupy. Na sequência aparecem a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 27%, e a gestora Trígono, com 9,9%.

As mudanças ocorrem em um momento de reposicionamento estratégico da empresa. A Tupy vem apostando na transição energética como um de seus principais vetores de crescimento. Um dos projetos centrais é a implantação de plantas para produção de biometano e fertilizante organomineral a partir de dejetos de aves e suínos, iniciativa que, segundo a própria companhia, tem potencial para dobrar seu tamanho nos próximos anos.

Atualmente, três unidades operam em fase piloto, e o plano prevê a instalação de até 32 plantas em um horizonte de cinco anos.

Paralelamente aos novos investimentos, a empresa anunciou recentemente um plano de ajustes industriais. A proposta prevê redução de 25% da capacidade produtiva, com foco em eficiência operacional. O grupo emprega mais de 20 mil pessoas, atua em cerca de 40 países e mantém plantas no Brasil, México e Portugal.

No terceiro trimestre deste ano, a Tupy registrou receita de R$ 2,4 bilhões, queda de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. O balanço apontou prejuízo de R$ 40 milhões. A companhia atribuiu o resultado negativo às incertezas globais, como conflitos geopolíticos e barreiras tarifárias, que afetaram a demanda dos clientes.

A indicação de José Múcio não é um movimento isolado. Desde o início do governo Lula, outros ministros já integraram o conselho da Tupy, entre eles Anielle Franco (Igualdade Racial), Carlos Lupi (então ministro da Previdência) e Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União).

As nomeações chegaram a ser alvo de investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), diante da suspeita de que não teria havido consulta prévia à Comissão de Ética Pública da Presidência. Os três deixaram o colegiado em maio deste ano.

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