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TARIFAÇO

Apex quer tratar com governos locais nos EUA, dependentes de produtos do Brasil, diz Viana

Presidente da ApexBrasil Jorge Viana destaca o impacto do tarifaço de Trump e o papel dos governadores na negociação com os EUA.

6 agosto 2025 - 14h45Renan Monteiro
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, mapeia os estados dos EUA que mais dependem dos produtos brasileiros e aposta na articulação com governadores para reduzir os impactos das tarifas impostas por Donald Trump.
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, mapeia os estados dos EUA que mais dependem dos produtos brasileiros e aposta na articulação com governadores para reduzir os impactos das tarifas impostas por Donald Trump. - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, afirmou nesta quarta-feira, 6, que está sendo realizado um mapeamento dos estados dos Estados Unidos que mais dependem de produtos brasileiros, com o objetivo de fortalecer as negociações e envolver governadores e parlamentares locais. A ideia é sensibilizar essas autoridades a contribuírem nas conversas com Washington, visando a redução dos impactos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

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Viana mencionou, por exemplo, estados como a Flórida, que possui uma dependência de 83% de certos minerais críticos exportados pelo Brasil, e a Pensilvânia, que é 100% dependente de outros minerais brasileiros. Esse mapeamento ainda está em processo, mas, segundo o presidente da ApexBrasil, a estratégia é identificar essas dependências regionais para fortalecer o argumento de que a tarifa de 50% será prejudicial tanto para o Brasil quanto para as economias locais nos EUA.

O presidente da ApexBrasil também mencionou que, com base no interesse dos EUA, muitos produtos brasileiros devem ser retirados da lista de incidência da tarifa de 50%. Ele destacou produtos amplamente consumidos nos Estados Unidos, como o café brasileiro, como exemplos de itens que devem ser excluídos.

Impacto nas exportações e retaliação do Brasil

Viana também observou que 44,6% das exportações brasileiras para os EUA estão fora da tarifa adicional de 50%, o que representa cerca de US$ 18 bilhões em produtos excluídos da medida. Em relação a uma possível retaliação do Brasil contra os Estados Unidos, Viana descartou essa possibilidade, enfatizando que os EUA têm superávit no comércio com o Brasil, o que torna uma retaliação desnecessária.

Além disso, Viana criticou a contaminação política das negociações, referindo-se a membros do governo de Jair Bolsonaro (PL) como responsáveis por dificultar as conversas com os EUA. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, admitiu abertamente que estava buscando atrapalhar as negociações comerciais entre os dois países.

São Paulo e o impacto do tarifaço

O presidente da ApexBrasil também comentou sobre o impacto das tarifas para o Estado de São Paulo e questionou a postura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugerindo que ele terá de escolher entre apoiar o Brasil ou as políticas econômicas dos Estados Unidos.

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