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ROTA BIOCEÂNICA

JBS inaugura transporte pela Rota Bioceânica conectando Brasil ao Chile

A nova rota oferece uma alternativa eficiente para o comércio entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

22 novembro 2023 - 15h26Ricardo Eugenio
A JBS começa a utilizar a Rota de Integração Latino-Americana para o transporte de carga, conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
A JBS começa a utilizar a Rota de Integração Latino-Americana para o transporte de carga, conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. - (Foto: Pedro Ernesto)

Nesta quarta-feira (22), a JBS iniciou carregamento para o primeiro transporte de carga que vai trafegar pela Rota de Integração Latino-Americana (RILA), um novo trajeto que conecta o Brasil ao Chile, passando pelo Paraguai e Argentina.

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Acompanhado por Lucio Lagemann, assessor especial de logística da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o carregamento marcou o início do uso da RILA para o transporte de mercadorias entre esses países. Lagemann esteve presente na unidade Friboi de Campo Grande 2, observando o embarque da primeira carga de carne produzida no Mato Grosso do Sul com destino ao Chile.

Lucio Lagemann, assessor especial de logística da SemadescLucio Lagemann, assessor especial de logística da Semadesc, acompanhou o embarque da primeira carga na unidade Friboi em Campo Grande 2.

A carga, consistindo em 13 toneladas de carne bovina, será transportada a partir da unidade Friboi de Campo Grande 2, em Mato Grosso do Sul.

A viagem incluirá uma travessia de balsa pelo Rio Paraguai onde deverá fazer o desembaraço aduaneiro para poder seguir de balsa para Carmelo Peralta, no Paraguai. Depois cruzará todo o chaco paraguaio até chegar a Argentina e na sequência segue para o Chile, tendo como destino final a cidade de Iquique.

Bruno Correa, membro da equipe de exportação da Friboi, destacou o impacto positivo da nova rota. "A redução no tempo de entrega para nossos clientes chilenos pode ser de até 5 dias, otimizando significativamente o fluxo de transporte de nossos produtos", explicou Correa. A chegada da carga em Iquique está prevista para o dia 29 de novembro.

Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), destacou a importância estratégica da operação: “Estamos transportando carne, um produto perecível, o que demonstra nossa confiança na eficácia desta rota. Se houver atrasos nas aduanas, corremos o risco de perder a carga. Estamos empenhados para que essa expedição seja bem-sucedida, estabelecendo um recorde de tempo até Iquique e provando para as indústrias do Centro-Oeste que a melhor rota de exportação é via Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.”

Rodovia que integra Rota Bioceânica liga Carmelo Peralta a Loma Plata, no Paraguai .
Rodovia que integra Rota Bioceânica liga Carmelo Peralta a Loma Plata, no Paraguai. (Foto: MOPC Paraguay)

Gelson Pavoni, empresário do setor de transportes, comentou sobre a longa espera pela integração dos quatro países: “Após três décadas de expectativas, ver a Rota Bioceânica se tornar realidade e conectar o Mato Grosso do Sul aos portos chilenos é uma grande conquista.”

Contudo, Pavoni salienta que, no momento, apenas certos tipos de carga podem ser transportados pela Rota Bioceânica, excluindo, por exemplo, a soja. Ele explicou que as diferenças nas legislações de trânsito e nos tipos de veículos usados nos países envolvidos limitam o transporte de produtos in natura. “Inicialmente, apenas produtos acabados podem ser transportados, já que nossos caminhões rodotrens de 9 eixos enfrentam restrições em territórios estrangeiros.”

Primeira Carga: Carne Bovina: A carga inicial consiste em carne bovina produzida no Mato Grosso do Sul, destinada ao Chile.
Primeira carga: A carga inicial consiste em carne bovina produzida no Mato Grosso do Sul, destinada ao Chile. (Foto: Pedro Ernesto/JBS)

Apesar disso, a maior parte da frota de Mato Grosso do Sul, composta principalmente por carretas de 3 eixos, está preparada para transportar cargas de maior valor agregado, como produtos industrializados e proteína animal. “Carretas menores, que não sejam rodotrens, são adequadas para o transporte de cargas de valor agregado pela RILA”, acrescentou Cavol.

Este passo da JBS, utilizando a RILA para transporte, não só destaca a empresa no cenário de comércio internacional, mas também inaugura um novo capítulo de eficiência logística e oportunidades comerciais na América Latina.

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