
A nova reforma do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), sancionada pela Lei nº 15.270/2025, promete um alívio financeiro histórico para os profissionais da educação. Segundo o estudo "O imposto na ponta do giz", divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Ipea, três em cada quatro professores da educação básica (infantil, fundamental e médio) serão beneficiados pela isenção ou redução do tributo a partir de janeiro de 2026.
O impacto é tão significativo que o instituto compara a economia anual a um 14º salário. Para quem ganha próximo ao piso nacional do magistério, o ganho médio estimado é de R$ 5.079,84 por ano, valor que antes era retido na fonte e agora permanecerá no bolso do trabalhador.
Os números da mudança - A pesquisa, baseada em microdados da RAIS e corrigida pela inflação, mostra um salto na progressividade fiscal para a categoria:
- Isenção Total: Aumenta de 19,7% para 51,6% dos docentes.
- Redução de Carga: Outros 21,9% terão diminuição no valor pago (para quem ganha até R$ 7.350).
- Beneficiados Totais: Aproximadamente 1 milhão de professores terão ganho na renda disponível.
Efeito multiplicador e diferenças regionais - De acordo com Adriano Senkevics, pesquisador do Ipea, o efeito da medida será sentido em todos os municípios brasileiros. Como os professores formam uma das maiores categorias profissionais do País, a maior renda disponível deve estimular o consumo local e a arrecadação indireta.
O impacto varia conforme o estado e o plano de carreira local:
- Estados com maior impacto: Em Minas Gerais, Tocantins e Roraima, o índice de isentos deve saltar de 20% para 60%.
- Distrito Federal: Mesmo com os salários mais altos do País, a proporção de isentos vai dobrar, passando de 10% para 25%.
- Rede Privada: O efeito será ainda mais intenso proporcionalmente, com 82,2% dos professores de escolas particulares ficando isentos, contra 42,5% na rede pública.
A nova tabela entra em vigor em janeiro de 2026. Pela Lei 15.270, quem recebe até R$ 5.000 mensais terá imposto zero. Para rendimentos entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, a redução será gradual (decrescente linearmente), deixando de existir para rendas acima desse teto.

