
Empresas e instituições brasileiras destinaram R$ 6,2 bilhões para ações de impacto social em 2024, um aumento de 19,4% em relação ao ano anterior. Os dados são da pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), divulgada nesta quinta-feira (23) pela Comunitas, organização que acompanha a atuação social do setor privado.

O volume é o maior registrado desde o início da série histórica, com exceção de 2020, quando os recursos aumentaram devido à pandemia. Segundo a diretora de investimento social da Comunitas, Patrícia Loyola, o resultado mostra a força da atuação das empresas e fundações em temas sociais relevantes.
Fontes de recursos e áreas prioritárias - Dos R$ 6,2 bilhões investidos, R$ 4,79 bilhões vieram de recursos próprios, o que representa um crescimento de 35%. Os recursos incentivados somaram R$ 1,42 bilhão. A maioria dos investimentos foi direcionada a áreas como educação, cultura e inclusão produtiva — esta última com foco em capacitação e qualificação profissional.
Ações humanitárias ligadas a emergências climáticas também ganharam destaque em 2024. A Comunitas destacou que as empresas estão ampliando sua atuação em prevenção e adaptação climática, diante do aumento da frequência de eventos extremos.
Setores e estratégias - A pesquisa apontou diferenças no perfil de atuação dos setores. Enquanto a indústria investe de forma mais territorializada e multicausal — envolvendo educação, saúde e infraestrutura —, o setor de serviços tende a concentrar recursos em causas específicas, como a educação.
Além disso, os jovens continuam sendo o público prioritário do investimento social corporativo, principalmente diante da escassez de mão de obra qualificada e dos desafios impostos pela transformação digital.
Outro ponto abordado é o crescimento do modelo de co-investimento, no qual empresas se unem para financiar projetos em comum. “As empresas perceberam que não conseguem enfrentar sozinhas o tamanho dos desafios sociais”, afirmou Patrícia Loyola.
Dados da pesquisa - Esta é a 18ª edição do estudo, que analisou dados de 337 unidades de negócios e 22 institutos e fundações corporativas. A pesquisa detalha a distribuição dos investimentos por tipo de financiamento, setores econômicos e temáticas sociais abordadas.
A Comunitas reforça que o objetivo do BISC é fornecer dados estratégicos para orientar decisões e fortalecer a atuação das empresas em causas sociais relevantes.
