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18 de novembro de 2025 - 19h15
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INVESTIGAÇÃO

Após queda do Banco Master, deputados pedem investigação sobre aplicações da Rioprevidência

Serafini e Lindbergh acionam MPF e PF por suspeita de má gestão de R$ 2,6 bilhões do fundo de aposentadoria do RJ

18 novembro 2025 - 17h10Rayanderson Guerra
Deputados acionam PF e MPF para investigar suspeitas de má gestão da Rioprevidência após liquidação do Banco Master
Deputados acionam PF e MPF para investigar suspeitas de má gestão da Rioprevidência após liquidação do Banco Master - Foto: Werther Santana/Estadão
Terça da Carne

Os deputados Flávio Serafini (Psol-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolaram nesta terça-feira (18) representações junto ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal solicitando abertura de investigações sobre possíveis irregularidades na gestão do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Rioprevidência). O pedido ocorre após a liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central.

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O Rioprevidência é responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões de servidores civis e militares do Estado. Segundo dados do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) citados na denúncia, o fundo mantinha R$ 2,618 bilhões aplicados até julho deste ano.

Serafini argumenta que, embora o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) tenha capacidade para cobrir parte das perdas, aplicações feitas por grandes investidores institucionais como o Rioprevidência — com valores acima dos limites cobertos pelo FGC — podem gerar prejuízos bilionários. “Esses fundos públicos correm risco real de perdas expressivas”, alerta o parlamentar.

Suspeita de gestão temerária e favorecimento

Na representação ao MPF, Serafini pede que sejam investigadas possíveis práticas de gestão temerária por parte do atual diretor-presidente do Rioprevidência, Deivis Marcon Antunes, e do ex-diretor de Investimentos, Euchério Lerner Rodrigues. O parlamentar também quer a apuração de eventual favorecimento ao grupo do empresário Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, preso na mesma data pela Polícia Federal.

Serafini solicitou, ainda, a abertura de um inquérito criminal e o envolvimento de órgãos como a Polícia Federal, Banco Central e Receita Federal para rastrear as movimentações financeiras e identificar os responsáveis.

Lindbergh quer apuração mais ampla

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, também pediu investigações rigorosas sobre as operações do Rioprevidência com o Banco Master. Em sua solicitação, ele pede que o governador Cláudio Castro (PL), além de ex-presidentes do fundo, diretores financeiros, conselheiros e representantes da instituição financeira, sejam ouvidos pela Polícia Federal.

“Caso se confirme que o Banco Master utilizou operações fraudulentas para atrair recursos de fundos públicos, a conduta se enquadra, em tese, nas hipóteses de gestão fraudulenta e de indução ao erro por meio de demonstrações financeiras manipuladas”, declarou Lindbergh.

Até o momento, o governo do Rio de Janeiro não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Riscos ao sistema previdenciário

A liquidação do Banco Master gerou alerta entre especialistas e órgãos de controle. Fundos públicos como o Rioprevidência, por movimentarem bilhões de reais em recursos de servidores ativos e inativos, devem seguir regras rígidas de segurança e governança nas aplicações financeiras. Eventuais falhas ou irregularidades podem comprometer o pagamento de aposentadorias e pensões.

Criado para garantir a sustentabilidade da previdência estadual, o Rioprevidência já enfrentou, em anos anteriores, investigações sobre uso de receitas futuras em operações financeiras arriscadas. Com o novo episódio envolvendo o Banco Master, o fundo volta ao centro de uma crise de credibilidade.

A liquidação do banco e a prisão de seu proprietário reforçam o clima de instabilidade e devem trazer novos desdobramentos judiciais e políticos nos próximos dias.

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