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15 de outubro de 2025 - 22h15
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NACIONAL

INSS suspende programa que acelerava análise de benefícios por falta de verba

Interrupção do bônus de produtividade pode agravar fila, que já ultrapassa 2,6 milhões de pedidos

15 outubro 2025 - 19h15
Fraudes no INSS levaram o presidente do instituto a pedir demissão.
Fraudes no INSS levaram o presidente do instituto a pedir demissão. - Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Paralisação do principal programa para reduzir a fila do INSS expõe o impacto da falta de recursos no orçamento federal e coloca em risco o cronograma do governo para resolver um dos maiores gargalos da Previdência Social.

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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), criado para acelerar a análise de pedidos como aposentadorias, pensões e auxílios. O motivo: falta de verba.

A decisão foi comunicada oficialmente pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, em ofício enviado ao Ministério da Previdência. No documento, ele solicita uma suplementação de R$ 89,1 milhões para retomar o programa, considerado essencial para reduzir o acúmulo de processos.

A medida tem efeito imediato e interrompe um dos principais esforços do governo para desafogar a fila, que soma mais de 2,63 milhões de pedidos, segundo dados de agosto.

O que muda com a suspensão:

Novas análises estão interrompidas

Tarefas extras voltam para a fila normal

Agendamentos do Serviço Social fora do expediente serão cancelados ou remarcados

O objetivo da suspensão, segundo o INSS, é evitar "impactos administrativos" caso o programa fosse mantido sem garantia de recursos.

Criado por medida provisória em abril e transformado em lei em setembro, o PGB pagava bônus por produtividade a servidores e peritos que superassem as metas diárias de trabalho:

R$ 68 por processo finalizado

R$ 75 por perícia médica realizada

O valor, somado ao salário e gratificações, não podia ultrapassar o teto do funcionalismo público, hoje em R$ 46,3 mil. O programa substituiu o plano anterior, encerrado no início de 2024, e tinha orçamento de R$ 200 milhões para este ano, com validade até dezembro de 2026.

Mas a verba se esgotou antes do previsto.

Fila segue crescendo - Com a suspensão, o risco é de a fila continuar aumentando. O número de pedidos saltou de 1,5 milhão em 2023 para 2,6 milhões em agosto de 2025, chegando a 2,7 milhões em março, segundo dados internos.

O governo havia prometido zerar a fila até o fim do mandato, mas a falta de recursos, somada a uma greve de médicos peritos que durou 235 dias, travou os avanços.

A crise no INSS reflete o aperto fiscal enfrentado pelo governo, que busca economizar R$ 34,3 bilhões até 2026. A suspensão ocorre após a perda de validade de uma medida provisória que aumentaria impostos sobre bancos e apostas online.

Sem o bônus, especialistas alertam que o ritmo de análise deve cair ainda mais, prejudicando sobretudo os beneficiários mais vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência que dependem do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

E agora? - No ofício, o INSS afirma que está em negociação com os ministérios da Previdência e do Planejamento para recompor o orçamento e retomar o programa ainda em 2025.

“A suspensão é temporária e necessária diante da atual indisponibilidade orçamentária”, diz o comunicado. Até lá, os servidores devem atuar apenas na rotina normal, sem gratificações por produtividade.

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