
Com uma fila de 2,8 milhões de pedidos pendentes, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou nesta sexta-feira (21) a criação de um comitê estratégico com o objetivo de monitorar, avaliar e propor soluções para acelerar a concessão de benefícios previdenciários e assistenciais no país.
A medida vem em resposta a um aumento de 23% no volume de novos requerimentos recebidos pela autarquia nos últimos meses, o que sobrecarregou ainda mais um sistema que já enfrentava dificuldades operacionais. A proposta do governo federal é tornar a análise mais eficiente e reduzir os gargalos que impedem o andamento dos processos.
O comitê terá prazo para atuar até 30 de junho de 2026. Segundo o INSS, uma das primeiras metas será atuar sobre os 920 mil processos que, conforme levantamento interno, podem ser resolvidos exclusivamente pela própria autarquia — sem necessidade de documentos externos.
Outros 1,9 milhão de casos, que representam a maior parte da fila, estão pendentes por fatores externos, como ausência de documentação exigida e falhas na biometria. O comitê também buscará soluções específicas para esses entraves.
Tempo médio de análise caiu, diz INSS
Apesar do crescimento da fila, o INSS afirma que o tempo médio para a concessão de benefícios caiu. Atualmente, esse tempo é de cerca de 35 dias, número inferior ao registrado em anos anteriores.
O presidente do INSS, Gilberto Waller, reconheceu os esforços feitos por servidores em mutirões para reduzir a fila e enfatizou que apenas um terço dos processos depende exclusivamente da autarquia.
“Apenas um terço da fila está sob a governabilidade direta do INSS. Os mutirões têm sido importantes, mas é preciso avançar em soluções estruturais”, afirmou Waller.
A maior parte dos pedidos na fila envolve aposentadorias, pensões, salário-maternidade e benefícios assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O alto volume reflete tanto o envelhecimento da população quanto o aumento da busca por proteção social em tempos de instabilidade econômica.
O governo espera que o novo comitê consiga propor melhorias nos fluxos de trabalho, implementar uso de novas tecnologias e, sobretudo, melhorar a comunicação com os cidadãos sobre pendências nos processos.

