A inflação ao consumidor, medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), registrou variação de 0,18% em agosto, levemente acima do 0,13% de julho, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (18) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A leve alta foi influenciada por aumentos em segmentos específicos, como despesas pessoais e produtos de higiene, mas amenizada pela queda nos preços da gasolina e de alimentos.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que compõe o IGP-10, mostrou que, mesmo com queda no grupo Alimentação, outros setores puxaram a média para cima.
“No IPC, mesmo com deflação no grupo Alimentação, houve aceleração do índice, influenciada principalmente pelos grupos Saúde e Cuidados Pessoais e Despesas Diversas, este último com alta de 1,30%”, explicou Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
Alguns itens que contribuíram para aliviar a inflação no mês:
Gasolina: -0,84%
Batata-inglesa: -22,62%
Cebola: -17,20%
Passagens aéreas: -2,14%
Manga: -15,27%
Apesar das quedas nos itens de consumo básico, o mês de agosto registrou aumento de preços em outras categorias, com destaque para:
Jogos lotéricos: +16,62%
Aluguel residencial: +0,76%
Tarifa de energia elétrica: +0,74%
Xampu, condicionador e creme: +4,43%
Protetores para a pele: +6,88%
O impacto mais expressivo foi dos reajustes nos jogos lotéricos, que tiveram aumento superior a 16%, pressionando o grupo “Despesas Diversas”.
Entre os oito grupos pesquisados pela FGV, quatro registraram aceleração na variação de preços:
Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,04% (julho) para 0,78% (agosto)
Despesas Diversas: de 0,17% para 1,30%
Comunicação: de -0,26% para -0,01%
Vestuário: de -0,15% para 0,04%
Por outro lado, três grupos tiveram queda na variação:
Educação, Leitura e Recreação: de 0,88% para -0,09%
Transportes: de -0,12% para -0,27%
Alimentação: de -0,12% para -0,26%
O grupo Habitação manteve a mesma taxa registrada no mês anterior, com variação positiva de 0,49%.
O que é o IPC-10? - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) faz parte da estrutura do IGP-10, um dos principais indicadores de inflação no Brasil. Ele mede a variação de preços ao consumidor no período entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês de referência. A metodologia é elaborada pela FGV por meio do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre).
O índice é acompanhado por economistas, governo e mercado financeiro como um termômetro das pressões de preços sentidas pela população no curto prazo.
