
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) revelou que os produtos consumidos principalmente no inverno tiveram uma alta de 2,82% nos últimos 12 meses, um aumento abaixo da inflação geral de 4,31%. No entanto, alguns itens, como o café em pó e o chocolate em pó, mostraram aumentos expressivos e têm se destacado como os principais vilões dessa inflação sazonal.

O café em pó teve um aumento de 89,61% no preço em comparação ao ano passado, um impacto significativo para quem não abre mão da bebida quente durante o inverno. O chocolate em pó também registrou alta considerável de 17,92% no mesmo período. Esses aumentos são muito superiores à média dos preços dos produtos de inverno, que subiram 2,82% no total.
Os medicamentos também tiveram uma grande influência nas altas, com os antigripais e antitussígenos subindo 5,88% e os antialérgicos e broncodilatadores com aumento de 4,46%, devido ao aumento das doenças respiratórias típicas da estação fria.
Por outro lado, algumas categorias como entretenimento e turismo registraram quedas consideráveis. A passagem aérea, por exemplo, teve uma queda de 32,35% nos preços, e o setor de entretenimento recuou 14,47%. No vestuário infantil, também foram observadas quedas de preços, com destaque para os agasalhos infantis, que tiveram uma redução de 6,15%.
Matheus Dias, economista da FGV IBRE, apontou que as pressões inflacionárias concentradas em alguns produtos, como bebidas quentes e medicamentos, refletem não só fatores climáticos, mas também questões de mercado. “A alta do café em pó está ligada a problemas específicos na commodity, o que vem afetando os preços globalmente desde o ano passado”, explicou.
