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24 de outubro de 2025 - 17h00
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ECONOMIA

Inflação de alimentos tem 5º mês seguido de queda e traz alívio ao bolso do brasileiro

Deflação nos preços de arroz, leite, ovos e cebola ajuda a conter impacto da alta acumulada em 12 meses; alimentos ainda sobem mais que inflação geral

24 outubro 2025 - 13h45
Queda nos preços de alimentos como arroz, leite, ovos e cebola ajuda a desacelerar a inflação no Brasil
Queda nos preços de alimentos como arroz, leite, ovos e cebola ajuda a desacelerar a inflação no Brasil - Sérgio Lima/Poder360

Os preços de alimentos e bebidas voltaram a cair em outubro, pelo quinto mês consecutivo, segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE. O recuo médio foi de 0,02%, contribuindo para a desaceleração da inflação no país, que ficou em 0,18% no mês — abaixo dos 0,48% registrados em setembro.

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De junho a outubro, os alimentos acumularam queda de 0,98%, o que representa um alívio importante para o orçamento das famílias, especialmente as de menor renda. Ainda assim, no acumulado de 12 meses, a inflação do setor permanece elevada: 6,26%, acima da inflação geral do IPCA-15, que está em 4,94%.

Produtos essenciais ficaram mais baratos - Entre os itens que mais contribuíram para a queda no IPCA-15 de outubro estão a cebola (-7,65%), o ovo de galinha (-3,01%), o arroz (-1,37%) e o leite longa vida (-1%). Cada um desses produtos teve impacto de -0,01 ponto percentual no índice, o suficiente para amenizar a pressão sobre a inflação dos alimentos.

Outros produtos que puxaram os preços para baixo foram:

Pepino: -24,43%

Abobrinha: -20,80%

Morango: -15,63%

Peixe castanha: -12,68%

Apesar das variações expressivas, o peso desses itens na composição do índice é pequeno.

Itens com maiores quedas em 12 meses

No acumulado de 12 meses, o levantamento mostra recuos expressivos em produtos básicos do dia a dia:

Batata-inglesa: -39%

Feijão preto: -32%

Cebola: -27%

Pepino: -27%

Ainda há vilões na cesta básica

Por outro lado, alguns itens registraram forte alta nos últimos 12 meses:

Café moído: +53%

Abobrinha: +43%

Pimentão: +36%

A variação dos preços nos grupos de alimentos e bebidas em outubro também revelou comportamento desigual:

Tubérculos, raízes e legumes: -2,17%

Hortaliças e verduras: -1,87%

Cereais, leguminosas e oleaginosas: -1,24%

Pescados: -0,98%

Leites e derivados: -0,66%

Aves e ovos: -0,51%

Carnes e peixes industrializados: -0,24%

Carnes: -0,05%

Frutas: +2,07%

Óleos e gorduras: +2,18%

Alimentação no domicílio também desacelera - Ao analisar apenas a alimentação feita em casa — que exclui refeições e lanches fora — o IPCA-15 registrou deflação de -0,10% em outubro. Nos últimos 12 meses, a variação nesse grupo foi de 5,47%, o menor índice desde agosto de 2024, quando marcava 4,19%.

Para Felipe Queiroz, economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), o resultado de outubro é positivo e sinaliza uma tendência de queda mais próxima do centro da meta de inflação do governo, que é de 3%, com tolerância até 4,5%.

“Considerando o peso da alimentação no orçamento das famílias, especialmente das mais pobres, a queda nos preços de itens essenciais como arroz, leite, ovos e cebola é bastante animadora”, afirma.

Queiroz cita a safra recorde de grãos como fator que deve continuar impactando positivamente os preços ao consumidor nos próximos meses.

IPCA-15: o termômetro da inflação

O IPCA-15 mede a variação de preços de 377 produtos e serviços que compõem a cesta de consumo das famílias com renda de até 40 salários mínimos. Nele, alimentos e bebidas são os itens de maior peso, com 21,63% do índice.

O dado é considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA) e tem grande importância para análises econômicas e decisões de política monetária.

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