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01 de dezembro de 2025 - 11h17
ECONOMIA

Mercado reduz projeção da inflação para 4,43% em 2025, mas índice segue acima da meta

Estimativas divulgadas pelo Banco Central apontam também para crescimento moderado do PIB e manutenção dos juros altos até o fim do próximo ano

1 dezembro 2025 - 10h30
Mercado financeiro reduz estimativa de inflação, mas juros devem permanecer altos até fim de 2025
Mercado financeiro reduz estimativa de inflação, mas juros devem permanecer altos até fim de 2025 - (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O mercado financeiro voltou a reduzir a previsão de inflação para este ano. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,45% para 4,43%. É a terceira queda consecutiva nas projeções, influenciada pelo resultado abaixo do esperado para a inflação de outubro.

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O IPCA de outubro foi de apenas 0,09%, o menor registrado para o mês desde 1998, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desaceleração foi puxada, principalmente, pela redução no custo da energia elétrica. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu para 4,68%, voltando a ficar abaixo da marca dos 5% pela primeira vez em oito meses.

Ainda assim, o índice continua acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta está entre 1,5% e 4,5% — o que coloca o IPCA atual ligeiramente acima do teto.

Expectativas para os próximos anos - A projeção do mercado para a inflação também recuou levemente para os anos seguintes:

  • 2026: 4,17%

  • 2027: 3,8%

  • 2028: 3,5%

As expectativas ainda refletem um cenário de inflação controlada, mas acima do centro da meta, o que mantém o Banco Central em alerta.

PIB e juros: crescimento lento e Selic alta - A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permanece em 2,16%, sinalizando uma expansão moderada da economia brasileira.

Já em relação à taxa básica de juros (Selic), o mercado projeta manutenção dos atuais 15% ao ano até o fim de 2025. Essa taxa foi mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nas últimas três reuniões, em resposta à desaceleração da economia e à pressão inflacionária.

Para 2026, a projeção é de que a Selic caia para 12% ao ano. Em 2027 e 2028, as expectativas são de novas reduções, para 10,5% e 9,5%, respectivamente.

Ambiente externo e cautela do Banco Central - Apesar dos sinais de alívio na inflação interna, o Banco Central mantém um tom cauteloso. Em comunicado recente, a autarquia alertou que o cenário internacional segue incerto, com impactos vindos da política econômica dos Estados Unidos. Além disso, o BC reconhece que, mesmo com a desaceleração da atividade econômica no Brasil, a inflação ainda está acima do ideal.

Esse contexto faz com que a autoridade monetária mantenha a possibilidade de ajustes na Selic, inclusive com novos aumentos, caso o comportamento dos preços volte a surpreender negativamente.

Efeitos práticos da Selic na economia - A Selic influencia diretamente o custo do crédito e o estímulo ao consumo. Quando está alta, como agora, tende a conter a inflação, pois encarece os financiamentos e reduz a demanda. Por outro lado, juros elevados também dificultam o crescimento da economia, já que desestimulam investimentos e consumo.

Com a inflação se aproximando da meta e a economia demonstrando sinais de desaceleração, o desafio do Banco Central será equilibrar os juros sem comprometer a estabilidade dos preços e o ritmo de recuperação econômica.

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