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ECONOMIA

Indústria química brasileira sente impacto das tarifas dos EUA e busca soluções

Com a taxação de 50% em produtos exportados para os EUA, setor químico busca diálogo e medidas emergenciais para mitigar os efeitos

1 agosto 2025 - 21h30Agência Brasil
Indústria química brasileira sente impacto das tarifas dos EUA e busca soluções
Indústria química brasileira sente impacto das tarifas dos EUA e busca soluções - (Foto: CNI/José Paulo Lacerda)

O decreto dos Estados Unidos publicado no dia 30 de julho, que oficializou a taxação de 50% sobre certos produtos brasileiros, está gerando impactos negativos para a indústria química do país. As empresas do setor, que fornecem insumos e matérias-primas para setores como móveis, têxteis, couro e borracha, já começam a sentir as consequências da medida, com relatos de cancelamentos de pedidos de clientes americanos.

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De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o decreto, que prevê cerca de 700 exceções à supertaxação, não inclui a maioria dos produtos exportados pela indústria química do Brasil. Isso afeta diretamente as exportações, já que, em 2024, os Estados Unidos mantiveram um superávit setorial de aproximadamente US$ 8 bilhões com o Brasil. Em contrapartida, o Brasil exportou US$ 2,4 bilhões em produtos químicos para os EUA.

Dos produtos químicos exportados, a maior parte (82%) estava concentrada em apenas 50 códigos NCM, entre eles petroquímicos básicos, intermediários orgânicos e resinas termoplásticas. Contudo, somente cinco desses itens ficaram isentos da tarifa adicional. Os outros, que representam US$ 1,7 bilhão, agora serão tributados com a alíquota adicional de 40%, chegando a uma carga total de 50%.

A Abiquim reconheceu a necessidade de buscar soluções para minimizar os impactos da medida e destacou a importância de um “diálogo construtivo e cooperação bilateral” com os EUA. A associação também elogiou a atuação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e outras autoridades brasileiras na busca por uma solução rápida por meio dos canais diplomáticos.

Além disso, a Abiquim solicitou à autoridades brasileiras e norte-americanas ações concretas para evitar prejuízos à integração produtiva e à resiliência das cadeias de suprimento químicas entre os dois países. Entre as medidas emergenciais defendidas pela entidade estão o direito provisório de defesa antidumping, o reforço de recursos humanos e tecnológicos para uma resposta rápida a desvios de comércio, além da devolução de saldos credores de ICMS, a criação de novas linhas de financiamento à exportação e a ampliação do programa Reintegra, que incentiva a exportação de produtos manufaturados

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