
O Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), que mede a variação de preços dos principais produtos básicos usados na economia brasileira, caiu 0,26% em outubro na comparação com setembro. O resultado foi influenciado principalmente pela retração nos preços das commodities agropecuárias, que recuaram 2,20% no período. Também houve leve queda nos preços de energia, de 0,16%.
Em contrapartida, o segmento de metais teve alta expressiva de 7,15% no mês, o que impediu um recuo maior do índice geral. Os dados foram divulgados nesta semana pela própria autoridade monetária.
O IC-Br considera a média mensal dos preços de uma cesta de commodities relevantes para o Brasil e é usado como um dos indicadores auxiliares na avaliação da dinâmica da inflação. O setor agropecuário tem peso de aproximadamente 67% na composição do índice, enquanto os segmentos de energia e metais representam 17% e 16%, respectivamente.
Acumulado do ano e variação em 12 meses - De janeiro a outubro, o índice acumula queda de 10,50%, refletindo a tendência de recuo nos preços internacionais, principalmente dos produtos agrícolas. Em 12 meses, a retração é mais moderada, de 0,74%.
Confira o desempenho por setor:
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Agropecuárias: queda de 13,41% no acumulado do ano e de 1,09% em 12 meses;
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Energia: recuo de 16,86% no ano e de 11,79% em 12 meses;
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Metais: alta de 7,88% no ano e de 10,76% em 12 meses.
Desempenho em dólares também é negativo - Considerando os preços das commodities em dólares, o IC-Br apresentou queda de 0,59% em outubro. As agropecuárias recuaram 2,52% e a energia, 0,48%. Apenas o segmento de metálicas registrou alta, de 6,78%, no cenário internacional.
A variação em dólares é relevante para o comércio exterior e também influencia o comportamento do câmbio, impactando indiretamente os custos de importação e exportação de matérias-primas e alimentos.
Impacto sobre a inflação e atividade econômica - A queda do IC-Br pode ser um indicativo de alívio inflacionário nos próximos meses, já que os preços das commodities costumam influenciar diretamente os custos de alimentos e energia no Brasil. Esse cenário pode contribuir para que o Banco Central mantenha ou intensifique a política de corte da taxa Selic, caso a tendência de desinflação se confirme.
No entanto, a alta dos metais pode sinalizar aumento de custos em setores como construção civil, indústria automotiva e eletroeletrônicos, o que ainda exige acompanhamento por parte dos analistas econômicos.

