
Depois de uma manhã instável, marcada por cautela e movimentos tímidos, o Ibovespa engatou uma recuperação firme nesta sexta-feira (20) e encerrou o pregão com alta de 0,75%, aos 122.102,15 pontos. A virada veio após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgar um vídeo ao lado de Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, reforçando que ele terá a "maior autonomia" já dada a um chefe da instituição.

Além da fala presidencial, a aprovação do pacote fiscal no Congresso, ainda que desidratado, trouxe um alívio para investidores, que veem nos ajustes fiscais uma âncora para as contas públicas.
— A virada mais forte do Ibovespa veio após o pronunciamento de Lula junto a Galípolo. Deu aquele ímpeto a mais para o mercado, analisou Rodrigo Moliterno, sócio fundador da Veedha Investimentos.
Confiança no Banco Central - A sinalização de que o novo presidente do Banco Central terá autonomia agradou o mercado financeiro, que vinha mostrando certa desconfiança sobre possíveis interferências políticas na condução da política monetária.
Em relatório divulgado nesta tarde, a agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou que a recente decisão do BC de aumentar a taxa Selic para 12,25% ao ano reflete sua independência. A instituição também destacou que a unanimidade na decisão e as sinalizações sobre os próximos passos de política monetária demonstram continuidade e previsibilidade, mesmo com mudanças previstas na diretoria no final deste ano.
O desempenho das ações - Entre os destaques positivos do pregão, as ações do Grupo Vamos (+6,61%) e do Assaí (+6,07%) lideraram as altas, impulsionadas pelo otimismo no varejo e em setores cíclicos.
Na outra ponta, as maiores quedas ficaram com a Automob (-10,64%) e Caixa Seguridade (-3,81%), que realizaram lucros após fortes altas nos últimos dias.
Apesar do desempenho positivo nesta sexta-feira, o Ibovespa encerrou a semana com perda acumulada de 2,01%, reflexo das incertezas que marcaram os primeiros dias do período, principalmente em torno das pautas fiscais e do cenário político.
Cenário internacional - No exterior, a semana também foi marcada por volatilidade nos mercados globais, em meio às incertezas sobre as políticas de juros nos Estados Unidos e na Europa. O movimento de alta no Brasil foi, portanto, um respiro importante para investidores locais.
Com o fim do pregão, os olhos agora se voltam para a continuidade do ajuste fiscal no Congresso e para os primeiros movimentos de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central em 2025.
