
O Ibovespa fechou em forte recuperação nesta sextafeira (12), retornando acima da marca de 160 mil pontos após a forte queda da semana anterior. O principal índice da B3 encerrou a sessão em 160.766,37 pontos, com alta de 0,99%, acumulando recuperação de 2,16% na semana e ficando em terreno positivo no mês, com alta de 1,07%.
Com o desempenho desta sexta, o Ibovespa também reforçou seu ganho acumulado no ano, com alta de 33,66%, superando novamente o desempenho registrado em 2019 (+31,58%) e caminhando para o maior ganho anual desde 2016 (quando avançou quase 39%).
Ao longo do pregão, o índice oscilou entre a mínima de 159.189,10 pontos — no início da sessão — e a máxima de 161.263,40, com volume negociado de R$ 23,2 bilhões. A recuperação ocorreu em meio à fraqueza dos mercados nos Estados Unidos, onde os principais índices terminaram em baixa: Dow Jones caiu 0,51% e Nasdaq recuou 1,69%, pressionados por temores sobre uma possível bolha no setor de inteligência artificial.
O ganho de fôlego do Ibovespa no período da tarde foi influenciado por notícias de que os Estados Unidos revogaram as sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e à sua esposa no âmbito da Lei Magnitsky — sinal interpretado pelo mercado como fortalecimento das relações Brasil–EUA.
Setores considerados defensivos e grandes componentes do índice, como bancos e commodities, também contribuíram para a alta. Entre os destaques:
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Vale ON: estabilidade (-0,06%)
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Banco do Brasil ON: +0,60%
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Itaú PN: +0,89%
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Bradesco ON: +1,20%
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Santander Unit: -0,09%
No segmento de energia e petróleo, Petrobras ON e PN fecharam em alta, com 1,22% e 1,06%, respectivamente.
Na ponta dos maiores ganhos do dia figuraram Hapvida (+5,45%), Assaí (+4,19%) e Vivara (+3,45%). As únicas quedas relevantes foram registradas por Cosan (-2,18%), Minerva (-1,79%) e Raízen (-1,16%).
Analistas destacam que a recuperação veio após a forte correção conhecida no mercado como “Flávio Day” — referência à précandidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência, que provocou aversão à renda variável devido a temores de impacto fiscal e político.
“O mercado buscou se recuperar da última sextafeira, mas ainda permanece cauteloso diante das incertezas eleitorais e da definição de candidaturas que possam trazer estabilidade fiscal”, observou Felipe Cima, analista da Manchester Investimentos.
O movimento de sondagens também tem chamado atenção. Pesquisas recentes indicam maior tração de nomes de centrodireita, com destaque para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nome visto pelo mercado como mais alinhado com uma agenda de ajuste fiscal em 2027. Comentários públicos da exprimeira dama Michelle Bolsonaro, sinalizando que aceitaria ser vice na chapa de Tarcísio, também contribuíram para dar algum fôlego ao mercado depois da turbulência política.
Apesar de o ano estar próximo do fim, o mercado segue otimista no curtíssimo prazo. No Termômetro Broadcast Bolsa desta sextafeira, 60% dos participantes esperam alta na próxima semana, enquanto 20% preveem estabilidade e outros 20% projetam queda.
Entre os fatores que podem movimentar os mercados na próxima semana estão importantes indicadores econômicos dos Estados Unidos, como o Payroll (mercado de trabalho) e o CPI (inflação) de novembro, cujos dados serão divulgados nos dias 16 e 18. Analistas destacam que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tem repetido que o banco central está em “modo de espera”, condicionando novas decisões à evolução dos dados econômicos.

