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Ibovespa fecha em queda após balanço da Petrobras, mas acumula melhor semana em mais de um mês

Resultado abaixo do esperado da estatal pressiona índice, que ainda avança 2,62% na semana com apoio de bancos e Vale

8 agosto 2025 - 18h30Luís Eduardo Leal
Ibovespa fecha em queda após balanço da Petrobras, mas acumula melhor semana em mais de um mês
Ibovespa fecha em queda após balanço da Petrobras, mas acumula melhor semana em mais de um mês - (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Após oscilar perto da estabilidade durante o dia, o Ibovespa encerrou a sessão desta sexta-feira (8) em queda de 0,45%, aos 135.913,60 pontos, impactado negativamente pelos resultados trimestrais da Petrobras. Apesar disso, o principal índice da B3 acumulou valorização de 2,62% na semana — seu melhor desempenho desde o início de julho, quando subiu 3,21%. No mês, o ganho parcial é de 2,14% e, no acumulado do ano, chega a 12,99%.

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Nesta sexta, o índice operou dentro de uma faixa estreita, com mínima de 135.658 pontos e máxima de 136.761. O volume negociado somou R$ 25,4 bilhões.

Segundo Bruna Centeno, economista da Blue3 Investimentos, o mercado reagiu mal ao balanço da Petrobras divulgado na noite anterior. A estatal apresentou lucro e dividendos abaixo das expectativas, o que resultou em forte queda das ações: -7,95% para os papéis ON e -6,15% para os PN, ambos fechando no fundo do dia.

“No entanto, a Vale e os grandes bancos ajudaram a suavizar parte dessa queda, evitando perdas maiores no índice”, explicou Centeno. A mineradora Vale avançou 2,37%, e o setor financeiro teve desempenho positivo, com destaque para Bradesco PN, que subiu 1,08%.

Entre os destaques do dia, ações da Braskem (+4,41%), Eletrobras ON (+3,53%) e Cogna (+3,37%) puxaram a ponta positiva do Ibovespa. Já Rumo (-9,50%), Lojas Renner (-7,26%) e Azzas (-7,04%) ficaram entre as maiores baixas, também pressionadas por balanços trimestrais.

Para Christian Iarussi, da The Hill Capital, o resultado fraco da Petrobras, especialmente no que diz respeito à distribuição de dividendos, foi um dos principais fatores de realização de lucros. Ele aponta ainda que o cenário político também influenciou os investidores na parte da tarde, com relatos de que Jair Bolsonaro pode não apoiar Tarcísio de Freitas em 2026 e falas recentes do presidente Lula em resposta ao norte-americano Donald Trump.

Mesmo com o recuo do dia, o clima entre os investidores segue majoritariamente otimista. Segundo o Termômetro Broadcast Bolsa, metade dos analistas consultados espera alta do Ibovespa na próxima semana. A fatia que prevê queda subiu de 33,3% para 37,5%, enquanto a expectativa de estabilidade caiu para 12,5%.

No cenário macro, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que o impacto das tarifas americanas sobre a economia brasileira deve ser pontual. Ainda assim, o governo prepara um pacote de medidas para setores específicos que podem ser mais afetados, especialmente aqueles com forte dependência do mercado norte-americano. Segundo especialistas, essas medidas devem ser anunciadas até a próxima terça-feira (12).

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