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26 de setembro de 2025 - 20h30
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IBOVESPA

Ibovespa fecha semana em leve baixa após recordes e aguarda agenda econômica

Principal índice da B3 recua 0,29% na semana após realização de lucros; fluxo estrangeiro segue positivo e carry trade mantém atratividade

26 setembro 2025 - 18h00Luís Eduardo Leal
Ibovespa fecha semana em leve baixa após recordes e aguarda agenda econômica.
Ibovespa fecha semana em leve baixa após recordes e aguarda agenda econômica. - (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Depois de alcançar níveis inéditos no começo da semana, o Ibovespa encerrou esta sexta-feira (26) em ligeira alta de 0,10%, aos 145.446,66 pontos, mas acumulou perda semanal de 0,29%. A movimentação reflete a realização de lucros por parte dos investidores após o índice ter batido recordes de fechamento consecutivos na casa dos 146 mil pontos e ter atingido o patamar intradiário inédito de 147 mil.

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A semana foi marcada por ajustes pontuais no mercado, mas o mês de setembro ainda é positivo para o Ibovespa, com avanço de 2,85%. No ano, o principal índice da bolsa brasileira acumula valorização expressiva de 20,92%, sustentada principalmente pelo fluxo de capital estrangeiro.

Mesmo com a correção pontual nesta semana, o apetite do investidor internacional segue elevado. Até o dia 24 de setembro, a B3 registrava entrada líquida de R$ 25,6 bilhões em 2025, com R$ 4,3 bilhões apenas no mês. Os números refletem o apelo do chamado carry trade, impulsionado pela taxa Selic mantida em patamar elevado e pelas expectativas de corte de juros nos Estados Unidos.

"O Brasil tem seguido o movimento de rotação global de ativos, especialmente em direção a emergentes, favorecido por um dólar mais fraco e pelo início do ciclo de corte de juros nos EUA", explica Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. "A Bolsa brasileira, quando ajustada ao dólar, está em linha com outras economias emergentes", completa.

A recente queda do índice PCE nos EUA — métrica preferida do Federal Reserve para medir a inflação — reforçou a possibilidade de continuidade na flexibilização da política monetária americana. Ainda assim, há dúvidas sobre a magnitude dos próximos cortes.

"A economia americana continua resiliente, o que coloca incertezas sobre dois novos cortes de juros ainda este ano pelo Fed", avalia Bruna Centeno, economista da Blue3 Investimentos. "Esse cenário limita o diferencial de juros entre Brasil e EUA, o que pode impactar o ritmo de entrada de capital estrangeiro", diz.

Entre os destaques do pregão, os papéis dos grandes bancos fecharam em alta, com a Unit do Santander subindo 2,31%. No entanto, ações da Vale ON caíram 1,92%, pressionando o índice. A Petrobras também teve desempenho negativo, com leve recuo de 0,63% (ON) e 0,34% (PN).

A maior queda do dia ficou com a Braskem, que despencou 14,81% após o mercado reagir à contratação de assessores financeiro e jurídico para avaliar sua estrutura de capital. Os títulos da companhia com vencimento em 2028 recuaram 19% no mercado internacional, segundo operadores de bonds em Nova York.

Outros destaques positivos do dia foram Pão de Açúcar (+2,59%), Vamos (+2,51%) e ISA Energia (+2,48%). Já no campo negativo, além de Braskem, figuraram MRV (-2,01%) e novamente Vale.

Com a agenda econômica esvaziada nesta sexta-feira e investidores digerindo os dados recentes, o Ibovespa manteve a cautela, oscilando entre mínima de 145.145,81 e máxima de 146.234,55 pontos.

"A Bolsa adota uma postura mais comedida após os recordes recentes, à espera dos dados de inflação e atividade no Brasil na próxima semana", comenta Christian Iarussi, da The Hill Capital.

O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta mostrou que a maioria dos analistas ainda acredita em alta no curto prazo, embora o otimismo tenha arrefecido. A fatia de participantes que esperam valorização caiu de 66,67% para 55,56%. Já as previsões de estabilidade e queda subiram, ambas para 22,22%.

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