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Ibovespa registra leve queda e segue cauteloso com as tensões comerciais globais

Com cautela no mercado e dólar em alta, o Ibovespa fecha a semana praticamente estável, enquanto o cenário de tarifas dos EUA segue sendo o principal fator de incerteza

25 julho 2025 - 19h30Luís Eduardo Leal
Ibovespa
Ibovespa - (FOTO: Patrícia Monteiro/Bloomberg)

e próximo aos 133 mil pontos, nível que já havia sido registrado nas últimas sessões. Embora a oscilação tenha sido discreta, esse ajuste praticamente anulou o pequeno avanço do índice na semana, que foi de apenas 0,11%. O mercado seguiu cauteloso, diante das incertezas relacionadas às tarifas comerciais e ao cenário político internacional.

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Com um giro financeiro de R$ 14,1 bilhões, o volume de negócios foi fraco, abaixo do observado nas sessões anteriores. No acumulado do mês, o Ibovespa registra queda de 3,84%, mas, no ano, o índice ainda mantém um ganho de 11,01%. A cautela reflete as expectativas do mercado em relação ao impacto do “grande reset tarifário” que entrará em vigor no próximo dia 1º de agosto, quando as tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump para os produtos brasileiros podem se concretizar.

Nos Estados Unidos, fontes confirmaram que o governo Trump prepara uma nova declaração de emergência para justificar as tarifas sobre o Brasil. A medida, ainda em discussão, visa formalizar a sobretaxa de 50% e se justifica pelo déficit comercial do Brasil com os EUA, ao contrário de outros países que enfrentam tarifas recíprocas com superávits comerciais.

Além disso, um grupo de senadores democratas enviou uma carta a Trump questionando a ameaça de guerra comercial contra o Brasil. Eles acusaram o presidente de abuso de poder, alertando para os riscos econômicos de tal medida e defendendo uma abordagem mais diplomática para resolver as questões comerciais.

Enquanto isso, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que se reunirá com Trump neste domingo (27) para discutir as relações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia, com foco em fortalecer a parceria transatlântica. Essa movimentação global também está atenta à definição das tarifas e ao impacto delas nas negociações comerciais internacionais.

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso em negociar uma solução com os Estados Unidos para o impasse das tarifas, destacando a necessidade de respeitar a soberania do país e as leis locais. Lula também se posicionou contra as exigências de Trump, afirmando que algumas delas não são aceitáveis para o Brasil.

Apesar do cenário cauteloso, algumas ações conseguiram registrar ganhos moderados. Petrobras, por exemplo, teve alta de 0,46% (ON) e 0,13% (PN), enquanto Itaú avançou 0,43% (PN). Banco do Brasil também se destacou com alta de 0,85%, e Santander subiu 0,15%. Já a Vale, principal papel do índice, registrou queda de 1,47%, pressionada pelo cenário internacional.

Dentre as ações com melhores desempenhos, destaque para Vibra (+3,39%), Ultrapar (+2,54%) e Fleury (+2,33%). Por outro lado, ações como Yduqs (-4,69%), Natura (-2,55%) e CSN Mineração (-2,27%) sofreram perdas expressivas.

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