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Ibovespa fecha em alta com expectativas de juros mais baixos

Índice marca o maior fechamento desde julho, com destaque para o setor doméstico e cautela no setor financeiro

25 agosto 2025 - 17h45Luís Eduardo Leal
Ibovespa
Ibovespa - (Foto: Estadão)
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O Ibovespa registrou um pequeno ganho nesta segunda-feira, 25, alcançando o maior nível de fechamento desde 8 de julho, com leve alta de 0,04%, aos 138.025,17 pontos. O índice flutuou entre 137.970,63 e 138.890,17 pontos ao longo da sessão, com um giro fraco de R$ 15 bilhões, sem grandes gatilhos para os negócios além do Boletim Focus, que contribuiu para a queda na curva do DI, reflexo da melhoria nas projeções de inflação.

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Os mercados globais, sustentados por expectativas de redução de juros nos Estados Unidos, ajudaram a manter o apetite por risco, impulsionando as ações no Brasil, apesar de uma abertura mais tímida. O foco foi na reavaliação das projeções econômicas, com destaque para a expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve, o que reflete diretamente nas projeções de juros no Brasil e favorece setores como utilities e consumo discricionário.

O dia foi misto para os grandes bancos, com o BB ON registrando uma queda de 2,20%, enquanto o Itaú PN teve um recuo de 0,51%. No setor de commodities, a Vale ficou quase estável, com um leve avanço de 0,24%, enquanto a Petrobras teve um desempenho positivo: 0,12% na ON e 0,59% na PN.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, o setor doméstico brilhou com o Pão de Açúcar (+8,98%) e Magazine Luiza (+3,19%), seguidos de Eneva (+4,61%). Já na ponta negativa, as ações da Rumo (-3,05%), RD Saúde (-3,00%) e Natura (-2,74%) sofreram perdas significativas.

Felipe Paletta, estrategista da EQI Research, destacou que o Ibovespa teve uma alta modesta, com cerca de 60% das ações no campo positivo, após a valorização das commodities no início da sessão. No entanto, a apreciação do real frente ao dólar ao longo do dia limitou os ganhos de ações como Vale. A expectativa de um possível corte de juros pelo Fed e o prosseguimento da melhora nas projeções de inflação doméstica ajudaram a manter o otimismo, principalmente nos setores mais sensíveis a juros, como o de consumo.

A continuidade da redução das expectativas de inflação, conforme o Boletim Focus, foi outro fator favorável para o mercado, com a expectativa de um corte da Selic já em dezembro. Matheus Spiess, analista da Empiricus, observou que o corte de juros pode ser reforçado pela redução das taxas nos Estados Unidos, impulsionando o fluxo de capital para o Brasil.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacou que, após a "euforia" da sexta-feira, prevaleceu uma "cautela" nesta segunda-feira, com o setor financeiro realizando parte dos ganhos da sessão anterior. A baixa liquidez do pregão refletiu a expectativa por novos dados econômicos, como o IPCA-15, que será divulgado na terça-feira, 26, e poderá oferecer mais clareza sobre a trajetória da inflação no Brasil.

Alison Correia, analista da Dom Investimentos, também ressaltou a importância da leitura do IPCA-15 de agosto, visto como uma prévia do IPCA oficial. Embora as expectativas de inflação tenham melhorado, os preços continuam acima da meta perseguida pelo Banco Central, o que mantém a atenção dos investidores sobre a política monetária futura.

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